Você já passou pela situação na qual fez uma projeção que realmente ocorreu, mas seu investimento não apresentou o resultado esperado?
Por exemplo:
- Você apostou que a economia iria crescer, ela cresceu, mas seu investimento em ações não se valorizou?
- Fez uma previsão que as vendas de uma empresa subiriam, elas subiram conforme você acreditava, mas as ações da companhia caíram?
- Previu que a Selic subiria, operou comprado em taxas de juros no mercado de derivativos, mas os contratos caíram em vez de subir?
Existe um ditado no mercado que diz:
"Compre no rufar dos tambores e venda no soar das trombetas".
Este ditado expressa um conceito organizado pelo prêmio Nobel Eugene Fama em 1970. Fama foi o pesquisador reconhecido por formular o que é chamado de Hipótese do Mercado Eficiente (HME).
Basicamente, a HME diz que, em um mercado eficiente, os preços dos ativos refletem as informações disponíveis.
Ou seja, se já é de pleno conhecimento, não haveria mais lucro ajustado ao risco a ser capturado.
Veja o termo que usei: lucro ajustado ao risco.
Existem muitos críticos a esta teoria e eu não estou aqui para defender que ela é 100% válida. No entanto, é possível argumentar que existe pelo menos um grau razoável de eficiência nos mercados.
Assim, o preço dos ativos já reflete, pelo menos em parte, as informações existentes.
O fato de o mercado ser eficiente não quer dizer que você não possa ganhar dinheiro. Mas, possivelmente, você não estaria sendo premiado pelo risco que corre.
Isso quer dizer que, se você usou informações públicas para fazer sua previsão antes de investir, elas, possivelmente, já estariam parcialmente precificadas.
Logo, dependendo das probabilidades já consideradas pelo mercado, sua aposta não teria pouco lucro ajustado ao risco a capturar.
Meu trabalho na área de investimentos envolve, portanto, quatro etapas:
1 – Identificar o que o mercado acredita que pode ocorrer e que, consequentemente, já estaria precificado;
2 – Estimar a assimetria de probabilidade potencial entre o que nós esperamos e o que o mercado já espera;
3 – Avaliar se este potencial compensa o risco de estarmos errados;
4 – Sugerir estas alternativas de investimento, considerando o perfil de risco de cada cliente.
Se você deseja elevar suas chances de sucesso nos investimentos, deveria aplicar estes quatro passos para todas as suas aplicações.
Michael Viriato é assessor de investimentos e sócio fundador da Casa do Investidor
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