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De Grão em Grão - Michael Viriato
Michael Viriato
Descrição de chapéu juros copom inflação

O que Jeremy Siegel fala sobre inflação, juros e ações

O professor recomenda aumentar a exposição em bolsa americana

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Assisti nesta quinta-feira a uma excelente apresentação do Professor Jeremy Siegel, organizada pelo Compass Group e WisdomTree. Siegel é professor de finanças na Wharton School da Universidade da Pensilvânia e autor do famoso livro Stocks for the Long Run.

Traders acompanhando o mercado na New York Stock Exchange (NYSE) in New York City, U.S., January 12, 2022. REUTERS/Brendan McDermid - REUTERS

O foco da aula foi a perspectiva para a inflação americana e o reflexo nos mercados de juros e ações.

O professor ilustrou de forma muito bem fundamentada porque ele acredita que a inflação americana não é tão passageira quanto o FED, o Banco Central americano, mencionava até o fim do ano passado.

Siegle recorda a todos sobre a teoria econômica que diz que a inflação pode ser estimada pela diferença entre o crescimento da base monetária e o crescimento real da economia.

Evolução da base monetária americana e seu crescimento.
Evolução da base monetária americana e seu crescimento. - Jeremy Siegel

No gráfico acima ele ilustra que o crescimento histórico da base monetária até 2020 foi da ordem de 5,3%. Com o crescimento econômico histórico entre 2% e 3% ao ano, isso resultava em uma inflação anual nos Estados Unidos próxima de 2%.

No entanto, após 2020 este crescimento da base monetária saltou para uma taxa superior a 16% ao ano. Com o crescimento real do PIB americano por volta de 4% atualmente, ele acredita que a inflação é quase inevitável.

Outro gráfico que ele usou para ilustrar essa projeção segue abaixo. Perceba como a inflação (linha vermelha) evolui em linha com a base monetária ao longo dos últimos 150 anos.

Evolução do crescimento da base monetária e da inflação americana ao longo dos últimos 150 anos
Evolução do crescimento da base monetária e da inflação americana ao longo dos últimos 150 anos - Jeremy Siegel

Ele acredita que esta inflação mais elevada em conjunto com uma economia em forte crescimento, deve levar o FED a ter de acelerar os aumentos de taxa de juros.

Com esse movimento, ele acredita que o mercado de renda fixa americano não será um bom investimento nesse período de aperto monetário.

Ao contrário do que muitos imaginavam, ele argumenta que para o mercado de ações a visão não é a mesma.

Evolução de USD$1 aplicados em 1802 nos diversos mercados americanos de bolsa, juros, ouro e moeda.
Evolução de USD$1 aplicados em 1802 nos diversos mercados americanos de bolsa, juros, ouro e moeda. - Jeremy Siegel

Pela sua experiência em outros movimentos de aperto monetário pelo Banco Central, ele sustenta que o mercado de ações se mantém positivo no início do ciclo de alta de juros.

Apenas no segundo estágio do ciclo de alta da taxa de juros é que o mercado de ações reagiria negativamente, mas isso ocorreria apenas em 2023, segundo sua visão.

Apesar de ele sugerir a audiência reduzir a exposição a renda fixa americana e elevar a participação em bolsa, ele acredita que o desempenho do mercado de ações vai ser inferior ao dos últimos três anos. Adicionalmente, ele adverte que, nesse período de alta das taxas de juros, as bolsas devem apresentar forte volatilidade.

Michael Viriato é assessor de investimentos e sócio fundador da Casa do Investidor

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