O Comitê de Política Monetária (COPOM) elevou ontem a taxa básica de juros Selic para 11,75% ao ano. Faz cinco anos que os brasileiros não têm a disponibilidade de aplicar em uma taxa de juros tão elevada. Assim, muitos se questionam se aplicar em títulos referenciados ao CDI ou à Selic agora são a melhor alternativa no universo da renda fixa.
Há exatamente um ano, a taxa Selic estava em 2,75% ao ano. Esta alta de 9% surpreendeu a todos.
O relatório Focus do Banco Central, que faz uma pesquisa com os principais economistas do mercado, mostrava em 19 de março de 2021 que a taxa Selic deveria encerrar o ano de 2022 em 6% ao ano. Neste mesmo relatório, a inflação medida pelo IPCA para 2022 era esperada de 3,51% ao ano.
Como a inflação acumulada nos últimos 12 meses surpreendeu subindo acima de 10,5%, demandou do Banco Central uma atitude mais enérgica que a esperada há um ano.
Usualmente, processos inflacionários ocorrem, pois a população com muita renda disponível promove a alta dos preços.
Infelizmente, esta alta de juros não foi provocada por um crescimento econômico. Portanto, menos investidores devem aproveitar.
Para aqueles com recursos disponíveis, agora é um excelente momento para retirar os recursos da caderneta de poupança para aplicar em produtos de renda fixa.
Mas não foi só a Selic que subiu. Os títulos referenciados ao IPCA também estão com taxas bem mais elevadas que há um ano.
Apesar da alta da taxa Selic, esta ainda não apresenta ganho acima da inflação considerável. Portanto, títulos referenciados ao CDI e Selic devem ser usados mais como alternativas de liquidez, ou reserva de emergência, como muitos gostam de chamar.
Como no longo prazo seu objetivo é sempre de ganhar um juro real, considere ter uma parte relevante de seu portfólio nos títulos referenciados ao IPCA, aproveitando a alta atual das taxas.
Como os títulos privados como CDB, Debêntures, CRI e CRA pagam um prêmio em relação aos títulos públicos, eles são boas alternativas para impulsionar os ganhos na renda fixa.
Momentos em que os juros sobem, também são momentos em que os mercados ficam mais estressados e surgem oportunidades na renda fixa e fora dela também.
Michael Viriato é assessor de investimentos e sócio fundador da Casa do Investidor
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