Com a chegada de dias mais frios, os gatos precisam de atenção especial. Quentinhos por natureza, os felinos têm temperatura corpórea que varia de 38,1ºC a 39,2ºC —maior do que a nossa, que costuma ficar entre 36,1ºC e 37,2ºC— e têm o hábito de procurar os lugares da casa que transmitem mais calor.
"Os gatos já são animais que buscam locais mais quentes para se aconchegarem, independentemente se estão com frio ou não. Se estiverem com frio, vão procurar uma fresta de sol ou deitar em cima de mantas. Caminhas, toquinhas e mantas nunca são demais", diz a veterinária Vanessa Zimbres, da clínica Gato é Gente Boa, em Itu (a 101 km de São Paulo).
Uma dica, segundo ela, é disponibilizar uma caixa de papelão, que retém o calor. Dentro, vale a pena colocar uma bolsa de água quente enrolada em uma toalha ou uma garrafa pet com água morna, sempre tomando cuidado com a temperatura para evitar queimaduras.
"Para deixar os gatos mais ativos, uma forma interessante e divertida é fazer aberturas de tamanhos diversos na caixa para eles colocarem as patinhas ou mesmo entrar. Para enriquecer o ambiente, coloque também brinquedos de vários tipos, com catnip ou petiscos. Isso vai distraí-los por um bom tempo e atiçar a curiosidade deles", orienta.
"É importante ressaltar que nessa época os gatos tendem a dormir mais. Com isso, eles acabam usando a caixa de areia com menos frequência, o que acarreta em retenção urinária e fecal e em maior ganho de peso por se exercitar menos", afirma a veterinária.
Mas as horas a mais de sono não precisam ser um motivo de preocupação. "O alerta fica caso o animal fique letárgico, não se alimente normalmente, fique com os pelos feios ou emaranhados ou recuse interação com o tutor. Qualquer comportamento anormal deve ser investigado por um especialista", observa.
Assim como os humanos, os felinos também podem sofrer com doenças respiratórias nessa época do ano.
"Além da rinotraqueíte, conhecida como gripe felina, que acomete o trato respiratório dos gatos, os animais que já sofrem de bronquite, asma felina ou mesmo alergias, podem ter um aumento dos sintomas devido ao tempo mais seco ou até por causa do calor do ar forçado por aquecedores", diz Zimbres.
Também no inverno, gatos idosos exigem mais cuidados. "Gatos idosos que sofrem de doença articular, como artroses e artrites, também têm uma piora na dor articular, assim como acontece com humanos."
Caso o animal tenha passado recentemente por um procedimento ou cirurgia, os cuidados devem ser redobrados nos dias mais frios, já que existe todo um processo de recuperação. Segundo Zimbres, ter uma boa nutrição, manter o felino dentro de casa, aquecido e evitando estresse, além de seguir as orientações profissionais para o pós-cirúrgico, são essenciais.
"Uma vez que os vírus responsáveis pela rinotraqueíte felina (Herpesvírus e calicivírus) não são eliminados do organismo, a queda no sistema imune faz com que eles manifestem a doença. Procedimentos cirúrgicos, eletivos ou não, desviam a atenção do sistema imune para a recuperação cirúrgica e convalescência dando uma brecha para o vírus. Por isso é fundamental manter o organismo o mais saudável para dar suporte a imunidade do animal", diz.
A especialista alerta ainda sobre o uso de aquecedores e umidificadores "Muitos aquecedores pode chegar a derreter os cabos, tomadas e a própria grelha, dependendo da temperatura e tempo de uso. Aquecedor a óleo é uma boa opção, caso o tutor não tenha ar condicionado com aquecedor. É importante tomar cuidado com acidentes. Já o umidificador pode ajudar, mas nada em excesso. Se o gatinho for asmático, é importante conversar com o veterinário sobre o tempo de exposição ao umidificador", finaliza.
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