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Morte de Genivaldo, nas mãos da PRF, choca e revolta nas redes

'Câmara de gás', 'nazismo', 'assassinato' e 'George Floyd' são termos usados por usuários para mostrar indignação com caso

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São Paulo

A morte brutal de Genivaldo de Jesus Santos, 38, asfixiado por bombas de gás após ser trancado dentro de uma viatura em ação da Polícia Rodoviária Federal (PRF), em Umbaúba (SE), está entre os assuntos mais comentados nas redes sociais desde a manhã desta quinta-feira (26).

O caso ocorreu no final da tarde de quarta-feira (25) e a atuação dos agentes da PRF foi filmada por testemunhas que estavam no local. O vídeo mostra a vítima sendo colocada viva no porta-malas pelos policiais, que detonaram bombas de gás dentro do veículo.

As pernas de Genivaldo estão suspensas para o lado de fora do porta-malas. No vídeo é possível ouvir seus gritos enquanto os agentes forçam a porta sobre suas pernas e a fumaça do gás toma o veículo.

No Twitter, as hashtags "Sergipe", "Genivaldo", "Câmara de Gás", "Umbuába", "Assassinato" e "Polícia Rodoviária Federal" somam mais de 176 mil postagens em torno do caso sergipano até o início desta tarde. Outras hashtags também dão conta do assunto, como #PRFAssassina.

Muitos internautas associaram o caso de Genivaldo às câmaras de gás utilizadas pelos nazistas em campos de extermínio de judeus durante a Segunda Guerra.

Os agentes da PRF envolvidos na ação que resultou na morte por asfixia de Genivaldo afirmaram no boletim de ocorrência que o óbito não teve relação com a abordagem. O laudo do IML (Instituto Médico Legal) apontou que a vítima sofreu insuficiência respiratória aguda provocada por asfixia mecânica, segundo a Secretaria de Segurança Pública de Sergipe.

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Internautas também associam o caso àquele de George Floyd, nos EUA, homem negro assassinado em 25 de maio de 2020 durante abordagem truculenta, em que foi asfixiado até a morte por um policial. Suas últimas palavras, "não consigo respirar", tornaram-se simbólicas do racismo norte-americano. E ecoam a morte de Genivaldo, exatamente dois anos depois, também asfixiado e também provocada por forças de segurança.

Assim como Genivaldo, Floyd também teve sua morte filmada por testemunhas da ação policial. A divulgação do vídeo, à época, foi estopim para que manifestações antirracistas do movimento Black Lives Matter irrompessem no país e se espalhassem por diversos outros ao redor do mundo.

Mas, alguns apontam, no Brasil há um George Floyd por dia.

Muitos também descrevem mal-estar, indignação e a sensação de faltarem palavras para expressar reações à morte de Genivaldo.

Outra hashtag sobre o assunto é "Jair Não é Cristão", em referência ao presidente Jair Bolsonaro (PL), que até o momento, afirmou desconhecer o caso e se pronunciou a respeito dizendo que "vai se inteirar com a PRF". A PRF é comandada pelo ministério da Justiça e Segurança Pública, atualmente sob gestão de Anderson Torres.

Por nota, a Secretaria de Estado da Segurança Pública de Sergipe informou que a Polícia Civil sergipana já iniciou os depoimentos de familiares da vítima, além das demais testemunhas. O órgão acrescentou que, após a conclusão dos trabalhos, os laudos médicos serão encaminhados à Polícia Federal.

Também em nota, a Polícia Rodoviária Federal em Sergipe diz que abriu um procedimento disciplinar para apurar a conduta dos policiais envolvidos.

O prefeito de Umbaúba (SE), Humberto Maravilha, pediu que os policiais envolvidos na morte de Genivaldo sejam "afastados imediatamente" e que a "justiça seja feita".

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