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Descrição de chapéu aborto

Nas redes, mulheres questionam contradição no discurso 'pró-vida'

Casos de estupro noticiados no Brasil e legislação dos EUA reforçam debate nas redes

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São Paulo

O direito reprodutivo das mulheres está, mais uma vez, em discussão nas redes sociais.

O debate aumentou após reportagem do site The Intercept Brasil revelar a ação da juíza Joana Ribeiro Zimmer, que induziu uma menina de 11 anos, grávida após ter sido vítima de um estupro, a desistir do aborto legal no estado de Santa Catarina.

No sábado (25), atriz Klara Castanho, 21, publicou uma carta aberta contando as violências das quais foi vítima. Ela engravidou após um estupro, manteve a gravidez, e entregou o bebê para a adoção.

Atriz Fe Paes Leme se pronuncia sobre o aborto: não é sobre o aborto ou adoção, mas sobre violentar mulheres repetidas e repetidas vezes.
Atriz Fe Paes Leme se pronuncia sobre o aborto: não é sobre o aborto ou adoção, mas sobre violentar mulheres repetidas e repetidas vezes. - Reprodução Twitter

A atriz se pronunciou por ter seu caso exposto por Antônia Fontenelle, que citou o caso de Klara durante uma live sem citar seu nome, mas dando dicas sobre sua identidade, que logo foi descoberta. Em seguida, o colunista do Metrópoles, Leo Dias, foi às redes e deu mais detalhes sobre o caso. Especialistas apontam crime no vazamento dos dados de Klara, que estava de acordo com as leis e deveria ter sigilo garantido.

Mensagens de apoio direcionadas à atriz aprofundaram a discussão nas redes. Publicações apontam contradições no discurso "pró-vida", que se coloca contrário ao aborto, mas nessas situações recentes se mostrou contrário à preservação de uma criança que foi estuprada e contra a doação legal para a adoção.

Usuários questionam o controle sobre o corpo das mulheres e dizem que todos conhecem alguém que abortou. "Os abortos seguirão acontecendo. A diferença é que na roleta dele, a gente sabe quem que tem acesso a procedimentos seguros e de qualidade", disse um perfil do Twitter.

"Se a mulher aborta ela tá errada. Se a mulher entrega para adoção de forma legal ela tá errada. Certo mesmo é ser homem", escreveu uma internauta. ‘’Sempre foi sobre controlar o corpo das mulheres’’, dizem vários perfis.

Na última sexta-feira (24) o aborto deixou de ser um direito constitucional nos Estados Unidos, sentença que reverteu decisão tomada há 49 anos pela Suprema Corte do país. O gancho que une as histórias resultaram em mais questionamentos sobre o discurso pró-vida, neste caso apontando a contradição entre o porte de armas e a ilegalidade do aborto no país.

Imagens questionam por que o aborto é condenado mas o abandono parental não. Publicações endossam que o tema diz respeito à saúde pública.

Internautas apontam que argumentos contra a interrupção da gravidez são egoístas e injustos. "Eu não faria", "Minha religião não permite" e "Eu não acho certo", exemplificou uma usuária do Instagram. Outros ironizam as justificativas contra a prática.

Em manifestação da avenida Paulista, homens carregam uma faixa com a foto de um bebê e a frase "pró-vida"
Protesto contra a liberação do aborto no Brasil realizado na avenida Paulista, em São Paulo, em 2018 - Cris Faga/Folhapress

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