Após a publicação de vídeo em que o presidente Jair Bolsonaro (PL) reagiu às críticas do youtuber Wilker Leão, a hashtag "tchutchuca do centrão" viralizou no início da tarde desta quinta (18).

As imagens, registradas pelo G1 na saída do Palácio da Alvorada, mostram que Wilker, além de chamar Bolsonaro de "vagabundo", chamou-o também de covarde e questionou o presidente a respeito de sua aliança com políticos do chamado "centrão".

Hoje parte integral de seu governo, a ala política foi utilizada como espantalho por Bolsonaro durante as eleições de 2018, quando rechaçava a ideia de que sua gestão iria ser composta pelo que chamava de "velha política do toma lá dá cá".

Naquele momento, a campanha de Bolsonaro teve como um de seus focos afastar o presidenciável do "centrão". Na convenção do PSL que oficializou a candidatura de Bolsonaro, o general Augusto Heleno cantou "se gritar pega centrão, não fica um, meu irmão", e chamou tal segmento político de "materialização da impunidade".

O filho do presidente e deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL), na mesma ocasião, chegou a cobrar dos então apoiadores se "na hora que o couro comer para valer, vão se aliar ao centrão ou se manter firme e forte Bolsonaro".

Quase quatro anos depois é a própria família Bolsonaro aliada ao centrão e a hashtag é usada nas redes em alusão ao contraste entre o discurso eleitoral e a prática do governo.

A letra do novo funk.

Não é a primeira vez que "tchutchuca" aparece na política brasileira.

Em 2019, reunião da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara com o ministro Paulo Guedes (Economia) foi encerrada após discussão. O deputado Zeca Dirceu (PT-PR) disse que o ministro era "tigrão" com uns e "tchutchuca" com outros, sugerindo que Guedes privilegia banqueiros e rentistas.