Durante o último debate entre os candidatos à Presidência nesta sexta-feira (28), realizado pela Globo, o presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a associar a visita do ex-presidente Lula (PT) ao Complexo do Alemão, no Rio, a um encontro com grupos criminosos.
Segundo Bolsonaro, Lula foi até à comunidade para se encontrar com o "chefe do narcotráfico", e não para ver o "povo trabalhador, o povo ordeiro". O candidato à reeleição disse ainda que "ninguém entra lá sem estar acompanhado da polícia" e insinuou que houve um acordo do petista com facções criminosas.
Bolsonaro fez declarações de mesmo teor no debate entre os presidenciáveis na Bandeirantes, em 17 de outubro. Lula realizou uma caminhada no Complexo do Alemão no último 12, como parte de um ato de campanha.
A fala do presidente provocou, novamente, reações indignadas nas redes. O comunicador Rene Silva, líder comunitário e um dos organizadores da visita do petista, pediu, ironicamente, um direito de resposta em seu perfil durante o debate.
Silva também voltou a alavancar no Twitter a frase "Favelado não é bandido", que critica a ligação entre moradores de favelas e criminosos.
Após a primeira fala de Bolsonaro sobre a comunidade, apoiadores do presidente passaram a publicar conteúdos falsos associando a sigla "CPX" de boné usado por Lula na comunidade ao tráfico de drogas. A inscrição no chapéu do petista era, na verdade, a abreviação da palavra "complexo", nome dado a conjuntos de favelas, e não uma gíria falada por criminosos.
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