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Opositores de Bolsonaro resgatam vídeo em que ele diz quase ter comido carne humana

Episódio teria ocorrido durante visita a comunidade indígena; críticos tentam desgastar imagem de mandatário viralizando falas antigas

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São Paulo (SP)

Em meio ao acirramento da disputa presidencial nas redes, opositores de Jair Bolsonaro (PL) resgataram um vídeo antigo do presidente em que ele diz quase ter comido carne humana de um indígena durante ritual de uma comunidade em Roraima.

Nas imagens, Bolsonaro relata ter visitado, com uma comitiva, uma comunidade indígena em Sururucu, localizado em Vista Alegre (RO). "Morreu um índio e eles estão cozinhando. Eles cozinham o índio, é a cultura deles. Cozinha por dois três dias e come com banana" diz.

Bolsonaro em entrevista ao NYT fala que quase comeu um índio
Bolsonaro durante entrevista ao NYT, realizada em 2016 - Reprodução

"E eu queria ver o índio sendo cozinhado. Daí o cara falou ‘se for, tem que comer’. Eu falei, eu como! Como a comitiva não quis ir, porque tinha que comer o índio, não queriam me levar sozinho lá."

"Eu comeria o índio sem problema nenhum, é a cultura deles, e eu me submeti àquilo", finaliza o presidente.

A declaração foi dada em 2016, em entrevista do então deputado federal ao jornalista Simon Romen, do The New York Times, e está disponível na íntegra no canal do presidente no YouTube.

O trecho viralizou nesta terça (5) ao ser compartilhado no Twitter pelo perfil do chargista Maurício Ricardo (@MauricioRicardo). Até a noite desta quarta, o post tem cerca de 1,6 milhão de visualizações e cerca de 58 mil curtidas.

Em outro momento do vídeo, o presidente conta que recusou sexo com mulheres durante visita ao Haiti por não terem "higiene nenhuma". "Eu vi mulheres se oferecendo lá por sexo — desculpa aqui — sem higiene nenhuma. Não comi, não preciso."

Com a repercussão, os termos BOLSONARO CANIBAL e CARNE HUMANA estiveram entre os assuntos mais comentados na rede, puxados por perfis de esquerda que fizeram memes e piadas tentando associar a imagem do presidente ao canibalismo.

Houve até comparação com o serial Killer Jeffrey Dahmer, retratado em série da Netflix.

Está em curso uma guerra religiosa. Nos últimos dias, os opositores de Bolsonaro adotaram uma estratégia de resgatar vídeos antigos do mandatário para tentar desgastar seu apoio entre eleitores, notadamente do grupo evangélico. O político tenta a reeleição como presidente contra o ex-presidente Lula (PT).

Na segunda (3), o nome do presidente passou a ser associado ao satanismo e à maçonaria após um vídeo antigo em que ele discursa numa loja maçônica voltar a circular nas redes. O vídeo gerou uma onda de crítica entre apoiadores do presidente —logo amenizada pelos próprios militantes.

Circulam também uma montagem que mostra o presidente ao lado de membros da maçonaria e de um quadro de Baphomet — criatura associada ao satanismo — e um tuíte falso em que Bolsonaro teria dito que a "maçonaria é maior do que cristianismo".

Embora não seja um movimento religioso, a maçonaria inclui elementos alegóricos e místicos que levam muitas igrejas cristãs a desconfiarem dela ou mesmo proibirem que seus fiéis se tornem maçons. Evangélicos e católicos representam uma importante fatia da base eleitoral do presidente.

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