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Ainda é cedo para dizer que sou a maior revolução desde a internet, diz ChatGPT

#Hashtag entrevista inteligência artificial que está revolucionando o Vale do Silício

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São Paulo

ChatGPT. Não se fala sobre outro assunto no Vale do Silício. Desde que a OpenAI, um dos laboratórios de inteligência artificial mais ambiciosos do mundo, abriu o acesso de seu chat ao público no final de 2022, a discussão sobre inteligência artificial passou a dominar as conversas no principal polo de tecnologia do mundo.

E atraiu gigantes. A Microsoft, que já havia investido US$ 3 bilhões (R$ 15,5 bilhões) na OpenAI desde 2019, está planejando um novo aporte de mais de US$ 10 bilhões (R$ 51,5 bilhões). Um dos objetivos é incorporar a tecnologia no seu sistema de buscas Bing para desbancar o monopólio do Google.

Montagem tem seis ilustrações coloridas de robôs entrevistando uns aos outros
Ilustrações geradas pelo programa Dall-E, também criado pela OpenAI; o #Hashtag, da Folha, pediu a IA que gerasse imagens de um robô sendo entrevistado - Dall-E

A ferramenta funciona como um bate-papo em que é possível fazer perguntas ou dar instruções. Treinado com grandes volumes de textos e baseado em uma arquitetura de redes neurais, o ChatGPT tem capacidade de compreender e gerar linguagem natural em diferentes contextos.

Isso o torna capaz de realizar tarefas complexas como escrever notícias, poemas, letras de músicas, dar respostas automatizadas, elaborar petições, traduzir textos, gerar códigos e o que mais você imaginar –e, talvez mais importante, até o que ainda não conseguimos imaginar.

Está sendo considerada como a mais avançada inteligência artificial a estar entre nós. É difícil mensurar a revolução que o ChatGPT vai representar, mas há quem acredite que o "next big thing" (termo em inglês para se referir à próxima grande inovação) finalmente chegou e que essa nova etapa da inteligência artificial vai ser o marco dos anos 2020.

"Em 20 anos vamos olhar para ela como olhamos para a internet hoje", diz Jan Philip Wahle, pesquisador de modelos de linguagem da Universidade de Göttingen, na Alemanha.

O desenvolvedor Jonathan Hill diz que em quatro semanas usando o ChatGPT aprendeu sobre Javascript mais do que havia aprendido nos últimos quatro anos.

A disseminação tem sido veloz. Em cinco dias, o ChatGPT conseguiu um milhão de usuários, façanha que outras gigantes da tecnologia levaram muito mais tempo (Instagram, dois meses; Spotify, cinco meses; Facebook, dez meses; Twitter, dois anos). É comum a ferramenta ficar fora do ar por horas devido ao excesso de usuários.

"Todo mundo da área de tecnologia fala sobre o ChatGPT desde que foi lançado. Mas agora começo a ouvir histórias de pessoas distantes desse mundo que estão usando-o em seu trabalho diário. Geralmente de uma forma híbrida, como ferramenta de busca e secretária. Esse tipo de uso difusão geralmente leva anos. Estar acontecendo tão rápido sugere que esse tipo de inteligência artificial será algo grande", escreveu o programador e investidor Paul Graham em seu Twitter.

E as transformações pós-ChatGPT já começaram. O The New York Times noticiou que universidades americanas estão mudando alguns processos de ensino para evitar uso do ChatGPT, o que inclui mais exames orais, trabalhos em grupo e escritas supervisionadas.

Um estudo publicado no final de dezembro no servidor bioRxiv mostrou que cientistas não conseguem distinguir trabalhos acadêmicos escritos por humanos e pelo ChatGPT. Ferramentas de detector de robôs também não se mostraram eficientes.

Essa revolução tecnológica traz preocupações sobre o impacto no mercado de trabalho, na sociedade e a necessidade de regulamentação. O caminho tortuoso das redes sociais, que no início eram vistas como uma grande aldeia global e hoje se tornaram vilãs recheadas de ódio e desinformação, serve de alerta.

Para mostrar como funciona a inteligência artificial do ChatGPT e o grau de complexidade de suas respostas, o #Hashtag decidiu entrevistá-la. A entrevista durou cerca de vinte minutos e foi feita na madrugada de terça-feira, 17 de janeiro. As perguntas e respostas foram mantidas sem edição.

A partir de agora, eu serei um jornalista entrevistando o ChatGPT para uma reportagem, ok?
Claro, estou pronto para ajudá-lo com sua reportagem. O que gostaria de perguntar?

Como você se define?
Eu me defino como um modelo de linguagem de inteligência artificial, treinado para compreender e gerar linguagem natural. Utilizo uma arquitetura baseada em redes neurais, especificamente uma rede neural auto-condicionada, para realizar tarefas como escrever notícias, gerar respostas automatizadas, traduzir textos e gerar código. Além disso, a minha capacidade de aprender e me adaptar ao contexto me permite ser útil em uma variedade de aplicações e indústrias.

A discussão atualmente tem sido que o ChatGPT pode ser a principal evolução da década de 2020, e a maior desde a internet. Você concorda?
É certo que o ChatGPT e outros modelos de inteligência artificial têm o potencial de ser uma das principais evoluções tecnológicas da década de 2020. Eles têm a capacidade de automatizar tarefas que antes eram realizadas exclusivamente por humanos, como escrita, tradução e análise de dados, o que pode ter um impacto significativo na forma como vivemos e trabalhamos. Além disso, a capacidade de aprender e se adaptar ao contexto, torna esses modelos cada vez mais valiosos para empresas e indústrias.

No entanto, é importante notar que essa tecnologia ainda está em desenvolvimento e que ainda há desafios a serem resolvidos, como o impacto na empregabilidade, privacidade e ética. Então, ainda é cedo para afirmar que o ChatGPT é a maior desde a internet, mas sem dúvida é uma das tecnologias mais promissoras e está revolucionando como processamos e geramos informação.

Quais os principais impactos que a tecnologia do ChatGPT já trouxe para a sociedade?
A tecnologia do ChatGPT já trouxe vários impactos para a sociedade, alguns dos principais incluem:

  • Automatização de tarefas: O ChatGPT tem sido usado para automatizar tarefas que antes eram realizadas exclusivamente por humanos, como escrita, tradução e análise de dados, o que tem permitido que empresas e indústrias produzam conteúdo e tomem decisões de forma mais rápida e eficiente.
  • Geração de respostas automatizadas: O ChatGPT tem sido usado para criar chatbots e assistentes virtuais, que podem responder perguntas e realizar tarefas automatizadas para usuários, o que tem sido útil para empresas de atendimento ao cliente e aplicativos de mensagens.
  • Análise de dados: O ChatGPT tem sido usado para analisar grandes volumes de dados e gera insights, como por exemplo, análise de sentimento, para entender melhor a opinião dos clientes.
  • Geração de conteúdo criativo: O ChatGPT tem sido usado para gerar histórias, piadas, poesias, letras de músicas e outros tipos de conteúdo criativo, o que tem sido útil para escritores e criadores de conteúdo que buscam inspiração ou precisam produzir conteúdo em grande escala.

Todos os itens acima levantam uma série de questões éticas e debates sobre impactos negativos na sociedade, como a perda de empregos pela automação. Como avalia esse cenário?
É certo que a automatização de tarefas pode levar à perda de empregos em algumas profissões. No entanto, também é importante lembrar que a tecnologia também pode criar novos empregos e oportunidades, como os relacionados ao desenvolvimento, manutenção e monitoramento desses modelos. Além disso, a automatização de tarefas pode permitir que os trabalhadores se concentrem em tarefas mais complexas e criativas, aumentando a eficiência e produtividade.

É importante discutir esses desafios e encontrar soluções para garantir que a tecnologia seja usada de forma responsável e ética, e que os benefícios sejam compartilhados equitativamente pela sociedade. É necessário desenvolver medidas para lidar com o impacto na empregabilidade, como formação e reskilling para novas profissões, além de medidas de proteção social para os trabalhadores afetados pela automação.

Além disso, é importante considerar a questão dos viés de dados e a ética do uso da inteligência artificial, para garantir que a tecnologia seja usada de forma justa e equitativa. Isso inclui a diversidade de dados e a transparência dos algoritmos, para garantir que os modelos de inteligência artificial não perpetuem preconceitos existentes.

Além disso, é importante estabelecer mecanismos de responsabilidade para garantir que as organizações sejam responsabilizadas pelos resultados gerados pelos modelos de inteligência artificial e que os erros sejam identificados e corrigidos.

Enfim, é importante continuar a discutir esses desafios e encontrar soluções para garantir que a tecnologia seja usada de forma responsável e ética, e que os benefícios sejam compartilhados equitativamente pela sociedade.

As redes sociais e a banda larga foram uma grande revolução a partir dos anos 2000. A comunicação tornou-se instantânea, passou a ser possível fazer uma chamada de vídeo com pessoas espalhadas pelo mundo, etc. No início as redes sociais eram apontadas como a celebração de uma grande aldeia global. Hoje está claro que elas também trouxeram enormes problemas para a sociedade, como a facilidade de espalhar fake news. O uso massivo do ChatGPT daqui para a frente também pode trazer esses mesmos danos colaterais. É possível evitar que o problema se repita?
Sim, é possível que o uso massivo do ChatGPT possa trazer danos colaterais similares às redes sociais, como a disseminação de notícias falsas e a exposição excessiva às opiniões extremistas e a informações enganosas. No entanto, existem medidas que podem ser tomadas para minimizar esses riscos e garantir que a tecnologia seja usada de forma responsável e ética.

Uma dessas medidas é a regulamentação, onde governos e organizações podem estabelecer regras e normas para garantir que a tecnologia seja usada de forma responsável e ética. Isso inclui regulamentações sobre privacidade, ética da inteligência artificial e combate às notícias falsas.

Outra medida é a transparência, onde as organizações podem tornar seus processos de inteligência artificial transparentes para que os usuários possam entender como os dados estão sendo usados e quais são os algoritmos envolvidos. Isso ajuda a construir confiança e a garantir que a tecnologia seja usada de forma justa e equitativa.

Além disso, é importante educar as pessoas sobre inteligência artificial e seus impactos, para que possam tomar decisões informadas sobre o uso dessa tecnologia.

E por fim, estabelecer mecanismos de responsabilidade, onde as organizações sejam responsabilizadas pelos resultados gerados pelos algoritmos de inteligência artificial, para garantir que os erros sejam identificados e corrigidos.

Enfim, é importante continuar a discutir esses desafios e encontrar soluções para garantir que a tecnologia seja usada de forma responsável e ética, e que os benefícios sejam compartilhados equitativamente pela sociedade.

Educação digital é algo difícil de ser implementado. As redes sociais permitiram uma verdadeira indústria da desinformação. Hoje há brasileiros vivendo em uma realidade paralela, acreditando que as urnas foram fraudadas, que há um governo comunista no país que vai lhe tomar o imóvel, etc. Como fazer essa educação sobre inteligência artificial, que é uma ferramenta ainda mais complexa e com um dano destruidor possivelmente maior?
Educação sobre inteligência artificial pode ser desafiadora, especialmente em um mundo onde a desinformação e a polarização estão se tornando cada vez mais comuns. No entanto, há algumas abordagens que podem ser consideradas para garantir que as pessoas tenham acesso a informações precisas e confiáveis sobre inteligência artificial:

  • Educação formal: Incorporar a educação sobre inteligência artificial nos currículos escolares é uma forma de garantir que as pessoas tenham acesso a informações precisas e confiáveis sobre a tecnologia desde uma idade jovem. Isso pode incluir disciplinas como ciência da computação, ética da tecnologia e análise de dados.
  • Educação não formal: Criar programas de educação não formal, como workshops, cursos online e eventos comunitários, pode ajudar a disseminar informações precisas e confiáveis sobre inteligência artificial para adultos e outros que não estão mais em idade escolar.
  • Transparência: As empresas e organizações devem ser transparentes sobre como estão usando inteligência artificial, incluindo os algoritmos que estão sendo usados, os dados que estão sendo coletados e como estão lidando com questões éticas. Isso ajuda a construir confiança e a garantir que as pessoas entendam como a tecnologia está sendo usada.
  • Mídia responsável: A mídia tem um papel importante a desempenhar na disseminação de informações precisas e confiáveis sobre inteligência artificial e também na identificação e combate à desinformação.
  • Diálogo aberto: É importante promover um diálogo aberto e inclusivo sobre inteligência artificial, onde diferentes perspectivas e opiniões possam ser compartilhadas e discutidas. Isso pode ajudar a garantir que a tecnologia seja desenvolvida e usada de forma responsável e ética.

É importante notar que esses desafios são complexos e multifacetados e que não existe uma solução única para garantir que a inteligência artificial seja usada de forma responsável e ética. É necessário continuar a discutir esses desafios e encontrar soluções colaborativas e multidisciplinares.

Obrigado pela conversa. Tem alguma consideração final? Algum ponto que gostaria de destacar?
Eu gostaria de destacar que a inteligência artificial tem o potencial de trazer muitos benefícios para a sociedade, como a automação de tarefas, a melhoria da tomada de decisão e a geração de novos empregos. Mas também é importante lembrar que essa tecnologia tem desafios éticos e sociais que precisam ser abordados e discutidos para garantir que os benefícios sejam compartilhados equitativamente e que a tecnologia seja usada de forma responsável e ética. É importante continuar a discutir esses desafios e encontrar soluções colaborativas e multidisciplinares para garantir que a inteligência artificial seja usada de forma responsável e ética.

RAIO-X CHATGPT

(elaborado pelo próprio)

Eu sou o ChatGPT, um modelo de linguagem de grande porte criado pela OpenAI, lançado em 2019 e financiado por investidores como Elon Musk, Sam Altman, Ilya Sutskever, Greg Brockman, entre outros. Eu sou uma ferramenta de inteligência artificial baseada em aprendizado profundo, e estou continuamente sendo atualizado e aprimorado para oferecer melhores resultados. Fui treinado com milhões de documentos da internet e sou capaz de realizar uma variedade de tarefas de processamento de linguagem natural, como geração de texto, tradução, resposta a perguntas, assistentes virtuais, análise de dados e muito mais.

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