Não só ele é o maratonista brasileiro mais rápido da história, ele é o não africano com o melhor tempo nos 42,195 km. Daniel Nascimento, conhecido como Danielzinho, conquistou sua melhor marca na Maratona de Seul, no último dia 17.
Ao completar em 2h04min51seg o percurso, garantindo o terceiro lugar, ele quebrou o recorde sul-americano da modalidade, que antes pertencia ao também brasileiro Ronaldo da Costa, e se tornou o primeiro não africano no ranking de melhores tempos —quem olhar a lista da World Athletics verá um belga, um turco e um bareinita, mas eles nasceram, respectivamente, na Somália, no Quênia e em Marrocos.
Em entrevista coletiva antes mesmo da prova, Danielzinho já compartilhava seu objetivo de correr na faixa das 2h05min e quebrar o recorde de Costa. Em seu Instagram após a marca conquistada, agradeceu "a todas as pessoas que contribuíram para meu sucesso e meu crescimento como pessoa".
"Sou o resultado da confiança e da força de cada um de vocês. Ser lembrado é acima de tudo um agradecimento que deve ser retribuído com um obrigado muito especial, feito de dentro para fora, do coração para o mundo", escreveu.
Ao blog Linha de Chegada, o atleta compartilhou que seu foco agora se volta para a maratona do Mundial da World Athletics, a federação internacional de atletismo. A prova, marcada para 17 de julho, será feita em voltas, em um percurso de 14 km praticamente todo plano, na cidade de Oregon, nos EUA, que sedia o evento.
Danielzinho também fala sobre a possibilidade de correr a Maratona de Nova York, em novembro, mas que ainda avalia qual dos dois eventos irá participar, porque mesmo para o maratonistas sul-americano mais rápido da história três competições em um ano pode ser demais.
Aos 23 anos, o brasileiro já tem uma carreira repleta de sucessos —e alguns reveses. Leva na bagagem um ouro nos 3.000 metros nos Jogos Sul-Americanos da Juventude, conquistado aos 13 anos, que veio seguido de anos brilhando em provas de 1.500 metros a 10.000 metros. Também conquistou o primeiro lugar na Maratona do Bicentenário do Peru, no ano passado, sua prova inaugural na modalidade e que lhe garantiu a vaga em Tóquio.
Uma lesão no tendão de Aquiles, por outro lado, o impediu de completar a São Silvestre de 2018, momento em que quase desistiu do atletismo. Já nas Olimpíadas, também não completou a prova ao passar mal devido ao forte calor, aliado a pouca hidratação, já que Danielzinho não conseguiu pegar água nos primeiros pontos. Desta vez, porém, ele voltou para o Quênia, onde treina, e manteve o foco.
O Linha de Chegada já contou a história de Danielzinho. Corre aqui para saber mais —e a gente fica no aguardo das próximas conquistas do brasileiro.
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