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Eduardo Sodré

Nissan lança nova Frontier e anuncia investimento de R$ 1,2 bilhão no Brasil

Montadora retomou o segundo turno nas fábricas do Rio e da Argentina

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Puerto Iguazú, Argentina

A montadora japonesa Nissan iniciou um novo ciclo de investimentos na América do Sul. As fábricas de Resende (RJ) e de Santa Isabel, na cidade argentina de Córdoba, tiveram o segundo turno de produção retomado nesta semana, apesar de ainda haver dificuldade na obtenção de peças.

Ashwani Gupta, diretor de operações da empresa, confirmou que serão investidos US$ 250 milhões (R$ 1,2 bilhão) na unidade brasileira, que hoje produz o SUV compacto Kicks.

Nova Nissan Frontier 2023
Nissan Frontier PRO-4X durante teste no Parque Nacional do Iguaçu, fronteira entre Brasil e Argentina - Divulgação

O valor será usado para a modernização do complexo industrial: a unidade será preparada para a renovação da linha de veículos para a América do Sul. Com o retorno do segundo turno, foram contratados 568 novos funcionários.

A empresa pretende aumentar o índice de localização e expandir as exportações, afirmou Airton Cousseau, presidente da Nissan Mercosul. "Sem localizar não será possível exportar." O sonho da Nissan é ser uma das três maiores montadoras da região.

Cousseau disse que espera propostas de novos fornecedores. Em março, a fabricante japonesa fez um workshop virtual em que apresentou as peças necessárias para montar seus veículos tanto em Resende como em Santa Isabel.

Por enquanto, a novidade sai da fábrica argentina, onde é produzida a picape Frontier. A linha 2023 passou por mudanças no visual ganhou mais itens de segurança. As versões disponíveis custam entre R$ 230,2 mil e R$ 314,6 mil.

A montadora promoveu um teste por trilhas dentro do Parque Nacional do Iguaçu, na fronteira do Brasil com a Argentina. Os caminhos de terra seguiam o curso do rio Paraná e exigiam o uso constante da tração 4x4.

A versão avaliada foi a topo de linha PRO-4X, que é equipada com motor 2.3 16v turbodiesel (190 cv) e bloqueio eletrônico do diferencial traseiro. O sistema ajudou a sair de um atoleiro, embora os pneus mais voltados para o uso no asfalto dificultassem o trabalho.

A base da picape é a mesma do modelo lançado em 2017, o que pode ser visto nas portas e no interior. A frente, contudo, mudou bastante: há novos faróis com projetores em LED e uma grade com molduras mais destacadas. O truque visual deixou a Frontier com ar mais parrudo.

A posição ao volante é boa, mas seria ainda melhor caso houvesse regulagem de profundidade da coluna de direção. O motorista se sente em um utilitário de luxo, apesar de estar em um veículo com 1.043 quilos de capacidade de carga.

A Nissan disse que a tampa da caçamba teve o peso reduzido pela metade, mas continuou pesada.

Durante o teste, apitos e luzes alertavam sobre defeitos no sistema anticolisão. O problema estava nos sensores cobertos pela lama, o que foi resolvido com um pouco de água.

Os novos recursos são úteis no asfalto. Os tais sensores conseguem detectar até dois carros adiante e, se necessário, acionar o sistema de freios para evitar colisões. Há também leitores de faixa, que evitam que o veículo invada a pista ao lado caso o motorista se distraia. O pacote de segurança inclui ainda seis airbags e controles de estabilidade.

E não faltam "distrações" a bordo. A nova central multimídia tem tela de alta resolução sensível ao toque e pode se conectar com os sistemas Android Auto e Apple Carplay.

As principais concorrentes da nova Frontier serão as versões cabine dupla das picapes Toyota Hilux (a partir de R$ 240,4 mil), Chevrolet S10 (R$ 231,3 mil), Ford Ranger (R$ 211,5 mil), Volkswagen Amarok (R$ 310,2 mil) e Mitsubishi L200 Sport (R$ 264,4 mil).

O jornalista viajou a convite da Nissan do Brasil

Erramos: o texto foi alterado

O investimento da Nissan no Brasil será de 250 milhões de dólares, e não de reais. O texto foi corrigido.

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