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Mensageiro Sideral - Salvador Nogueira
Salvador Nogueira

Foguetes lunares e missões interplanetárias farão ondas em 2022

Ano terá missões robóticas destinadas a Marte, Júpiter e cinturão de asteroides.

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O novo ano vai ser entusiasmante para quem espera pelo retorno da humanidade à Lua, hiato que por sinal completa 50 anos em 2022. Ainda não veremos astronautas deixando pegadas no solo lunar, mas haverá passos importantes, com os primeiros lançamentos dos foguetes SLS (levando uma cápsula Orion, sem tripulação, em um voo circunlunar) e Starship (que a SpaceX está desenvolvendo para servir de módulo de pouso para a Nasa). O primeiro é "velha guarda" e caro. O segundo é revolucionário, arriscado e pode transformar a exploração espacial. Em resumo, tem para todos os gostos. As datas de lançamento não estão firmes, mas devem ser, ambas, no primeiro semestre.

Ilustração do foguete SLS, da Nasa, para o voo Artemis 1, primeiro passo no retorno à Lua.
Ilustração do foguete SLS, da Nasa, para o voo Artemis 1, primeiro passo no retorno à Lua. - AFP/Nasa/MSFC

Outros dois foguetes respeitáveis, mas um degrau abaixo, que podem fazer seus primeiros voos em 2022 são o Vulcan, da United Launch Alliance, e o New Glenn, da Blue Origin.

Para voo tripulado, veremos mais do mesmo –e talvez algo novo. Naves Crew Dragon (SpaceX), Soyuz (Rússia) e Shenzhou (China) devem continuar suas viagens à órbita, e as empresas Blue Origin e Virgin Galactic seguirão lançando passageiros em voos suborbitais. As novidades podem vir por conta das cápsulas CST-100 Starliner (Boeing), e Gaganyaan (Índia). Ambas ainda precisam concluir lançamentos não tripulados antes de levar gente a bordo. E ainda tem o cargueiro Dream Chaser, um miniônibus espacial da empresa Sierra Nevada, que deve fazer seu primeiro voo à Estação Espacial Internacional neste ano, e no futuro poderá levar astronautas. Vamos ver o que sai.

Muitas viagens interplanetárias não tripuladas também começarão em 2022. Para a superfície da Lua, devemos ter até três missões público-privadas, com empresas contratadas pela Nasa para fazer "carreto" de experimentos. Também há a promessa russa da Luna-25, retomando um programa parado desde 1976. A conferir.

Além disso, devem partir, respectivamente em maio e julho, as missões Juice, da ESA (Agência Espacial Europeia), com destino a Júpiter (onde só deve chegar em 2029), e Psyche, da Nasa, destinada a um dos membros do cinturão de asteroides. Para Marte, ESA e Roscosmos (agência russa) devem lançar, em setembro, o rover Rosalind Franklin, parte da missão ExoMars. Ele vai se juntar ao Perseverance na busca por evidências de vida no passado de Marte.

E, no fim de setembro, a sonda americana Dart, lançada em 2021, vai colidir com um pedregulho espacial de 170 metros num experimento para ver se somos capazes de desviar a órbita de um asteroide, caso venha a ser necessário no futuro. É a primeira vez que a Terra tem a capacidade de lidar com uma ameaça do tipo. Histórico.

Por fim, não vamos nos esquecer do nosso novo queridinho, o Telescópio Espacial James Webb. Se tudo der certo com ele, a partir do segundo semestre ele começa a revolucionar a astronomia.

Repassando essa lista, não tem como não desejar um ótimo 2022 a todos os entusiastas da exploração espacial. Ad astra!

Esta coluna é publicada às segundas-feiras, na Folha Corrida.

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