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Salvador Nogueira

Nasa contratará segunda empresa para pousar astronautas na Lua

SpaceX, escolhida no ano passado, terá companhia a partir do segundo pouso.

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A Nasa decidiu contratar uma segunda empresa para preparar um módulo de pouso capaz de levar astronautas à superfície da Lua. O anúncio da abertura da nova licitação foi feito na última quarta-feira (23) e reabre a possibilidade de um plano B caso a SpaceX, contratada em abril do ano passado, falhe com seu projeto Starship.

A decisão de focar em um único fornecedor para realizar a primeira alunissagem tripulada neste século havia deixado muita gente perplexa. Agora, com a nova concorrência, os riscos de fracasso são reduzidos. E a medida também aplaca a ira de empresas como Dynetics e Blue Origin, que chegaram a questionar na Justiça a decisão da Nasa de fechar com um único projeto.

A SpaceX, naturalmente, ficará de fora dessa nova disputa. Mas não tem do que reclamar, já que a Nasa também comunicou que exercerá uma opção no contrato original que solicita da companhia de Elon Musk um segundo voo tripulado. O primeiro, atrelado à missão Artemis III, não deve acontecer antes de abril de 2025, segundo a agência.

Foguete SLS e cápsula Orion destinados à missão lunar Artemis I repousam sobre a plataforma 39B, em Cabo Canaveral
Foguete SLS e cápsula Orion destinados à missão lunar Artemis I repousam sobre a plataforma 39B, em Cabo Canaveral - REUTERS

No fim, a despeito do anúncio, é um exercício de passar a batata quente. Quanto dinheiro haverá para isso? A Nasa não falou e se limitou a declarar que sua proposta de orçamento para 2023 será apresentada ao Congresso proximamente.

Originalmente, a agência justificara a escolha solitária da SpaceX como a única opção que cabia na verba disponível. Agora, caberá ao parlamento americano abrir a carteira se quiser uma segunda empresa trabalhando em paralelo no mesmo objetivo.

Caso isso se concretize, são ao menos três missões tripuladas à superfície da Lua já contempladas nos planos da Nasa, duas com o veículo Starship, da SpaceX, e uma com essa outra espaçonave a definir. Vale lembrar, contudo, que só o segmento de pouso e decolagem lunares é promovido pelas empresas. O envio dos astronautas à órbita da Lua e de volta à Terra será feito pela cápsula Orion, impulsionada pelo superfoguete SLS.

Por sinal, o primeiro exemplar deles já está na plataforma 39B do Centro Espacial Kennedy para uma bateria de testes. A missão Artemis I, um voo sem tripulação, pode partir, se tudo correr bem, em junho. A Artemis II, nos mesmos moldes, mas com gente dentro, não deve voar antes de 2024. E a Artemis III, primeiro pouso tripulado, deve ficar para 2026.

Não por acaso, os últimos movimentos são mencionados como planejamento para além de 2026, num esforço de criar uma presença sustentável na Lua. A Nasa ainda conta com um programa internacional para montar uma pequena estação tripulada em órbita lunar, o Gateway. E um fator adicional de complicação vem com as incertezas na Estação Espacial Internacional, que reúne russos e americanos. Até quando ela seguirá viável? O cardápio da Nasa anda bem variado. Caberá ao Congresso olhar os pratos, os preços e decidir o que vai querer.

Esta coluna é publicada às segundas-feiras, na Folha Corrida.

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