A Nasa apresenta nesta terça-feira (12) mais quatro imagens do pacote inicial produzido pelo Telescópio Espacial James Webb, após a exibição da primeira delas em evento realizado no dia anterior, na Casa Branca. A transmissão começa às 10h45, e as imagens devem começar a ser divulgadas a partir das 11h30 (pelo horário de Brasília). Acompanhe ao vivo com tradução simultânea do Mensageiro Sideral.

Festejado como "sucessor espiritual" do Hubble, no sentido de que permitirá que vejamos ainda mais longe do que era possível com o mais famoso satélite astronômico da história, o Telescópio Espacial James Webb é fruto de uma parceria entre Nasa, ESA e CSA, respectivamente agências espaciais americana, europeia e canadense. Os EUA, sócios majoritários na empreitada, gastaram cerca de US$ 10 bilhões no projeto, ao longo de duas décadas, até que ele fosse lançado, com anos de atraso, em dezembro de 2021.

Desde então, o grande telescópio (com espelho primário de 6,5 metros de diâmetro) fez uma jornada até sua órbita operacional, a cerca de 1,5 milhão de km da Terra, e passou por uma série de etapas para montagem e calibração de espelhos e instrumentos, até se tornar apto a realizar observações científicas.

A imagem apresentada na Casa Branca, batizada como Primeiro Campo Profundo do Webb, foi a primeira de um conjunto de cinco que a Nasa apresenta nesta terça (12). Trata-se do seguinte objeto:

SMACS 0732: Aglomerado de galáxias que produz uma poderosa lente gravitacional, capaz de revelar e magnificar objetos muito mais distantes localizados atrás dele –oferecendo uma chance única de enxergar alguns dos astros mais antigos e remotos do Universo.

Os outros quatro alvos a serem apresentados também já foram anunciados. São eles:

Nebulosa Carina: Uma das maiores e mais brilhantes nebulosas do céu, localizada a cerca de 7.600 anos-luz da Terra. Trata-se de um grande berçário estelar, lar de muitas estrelas de alta massa, bem maiores que o Sol.

WASP-96b: Exoplaneta gigante gasoso, com cerca de metade da massa de Júpiter, que orbita sua estrela completando uma volta em apenas 3,4 dias. Descoberto em 2014, é um alvo ideal para estudos atmosféricos. O Webb não trará uma imagem do planeta, mas um espectro –a "assinatura" de luz que permitirá determinar a composição de sua atmosfera.

Nebulosa do Anel do Sul: Trata-se de uma nebulosa planetária, nome que se dá à nuvem em expansão produzida pela morte de uma estrela. É, nesse sentido, o oposto da nebulosa Carina, que é um berçário de estrelas. Com cerca de meio ano-luz de diâmetro e localizada a uns 2.000 anos-luz da Terra, a nebulosa do Anel do Sul deve se mostrar particularmente encantadora sob o olhar infravermelho do Webb.

Quinteto de Stephan: Saltando para alvos extragalácticos, o Quinteto de Stephan é um grupo de galáxias localizado a cerca de 290 milhões de anos-luz daqui, na constelação do Pégaso. Foi o primeiro grupo compacto de galáxias descoberto, em 1877 pelo astrônomo francês Édouard Stephan, e traz quatro de cinco galáxias travadas em uma dança cósmica de encontros próximos frequentes.

A divulgação dessas primeiras imagens, nesta terça (12), marca o início oficial das operações científicas com o Webb –embora em tese ele já esteja trabalhando nelas. A exemplo do que ocorre com outros telescópios, os alvos são selecionados com base em um processo competitivo entre os astrônomos, que propõem programas de observação avaliados por um comitê de especialistas.

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