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Salvador Nogueira

Missão Artemis 1 faz último sobrevoo da Lua nesta segunda (5)

Espaçonave precursora de voo lunar tripulado pega o caminho de volta para casa

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A espaçonave Orion já iniciou sua jornada de volta para casa e deve realizar nesta segunda-feira (5) sua última manobra propulsada, em um derradeiro sobrevoo da superfície lunar. Mas uma das fases mais arriscadas de toda a missão Artemis 1 ainda está por vir.

Na última segunda, a cápsula estabeleceu o novo recorde de distância da Terra para um veículo espacial destinado a transportar humanos, afastando-se 432,2 mil km do planeta. A marca anterior pertencia à Apollo 13, que, em 1970, chegou a distar 400,1 mil km. Com duas diferenças importantes: enquanto a missão do século passado era tripulada e passava então por uma emergência dramática, tentando manter os astronautas vivos até o retorno ao planeta, a atual é um teste não tripulado – e a espaçonave tem tido desempenho para lá de confiável.

Durante sua jornada ao espaço profundo, a Orion registrou imagens incríveis que colocaram no mesmo quadro tanto a Lua quanto a Terra como pequenos corpos celestes em meio à escuridão do espaço – e até mesmo um inédito "eclipse da Terra", com o disco lunar ocultando temporariamente nosso planeta.

Imagem obtida por câmera num dos painéis da cápsula Orion durante o máximo afastamento da Terra, a 432 mil km de distância
Imagem obtida por câmera num dos painéis da cápsula Orion durante o máximo afastamento da Terra, a 432 mil km de distância - Nasa

Na ocasião, a cápsula estava numa órbita lunar distante, a mais de 60 mil km da superfície. Era a fase do voo ideal para a realização de testes dos sistemas embarcados, que demonstraram apenas pequenas anomalias. Com efeito, a expectativa da Nasa era lidar com mais problemas nesse primeiro voo espacial de uma Orion. Os gerentes haviam de início adicionado sete objetivos durante a fase orbital lunar distante, envolvendo testes do controle térmico do veículo, bem como de seus diferentes conjuntos de propulsores.

Na falta de problemas para resolver, quatro novos objetivos foram adicionados à missão para a fase de retorno à Terra, que já começou. Na quinta (1º), a terceira e penúltima ativação prevista para o motor principal do módulo de serviço da Orion ocorreu conforme o previsto, às 18h53 (de Brasília). A queima de um minuto e 45 segundos tirou a nave de uma órbita lunar aproximadamente circular para uma bem mais achatada ("excêntrica", no jargão da geometria), que a leva, nesta segunda, a um sobrevoo a 128 km da superfície da Lua.

Durante essa passagem "de raspão", o motor principal será ativado pela última vez, dando o impulso final para que a Orion se desprenda da gravidade lunar e retorne à Terra. É a manobra espelhada da que aconteceu durante a ida, no dia 25. A promessa é de mais atrativos visuais, pois desta vez a aproximação da superfície lunar se dará sobre a face iluminada do astro.

E aí começam as preparações para a fase mais dramática desde o lançamento: a reentrada na atmosfera. Pequenos ajustes de curso farão parte da jornada até um reencontro furioso com a Terra no próximo dia 11, a 40 mil km/h.

Esta coluna é publicada às segundas-feiras, na Folha Corrida.

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