A Mensagem de Lisboa, nativo digital português voltado para a cobertura de histórias da capital lusitana, tornou-se o primeiro veículo do país a publicar reportagens periodicamente em crioulo, idioma com forte tradição oral falado em diversas nações.
Com reportagens disponibilizadas quinzenalmente, o objetivo da empreitada, diz o próprio veículo, é prestar uma homenagem ao caráter cosmopolita de Lisboa. O distrito é morada da maior fatia de estrangeiros residentes em Portugal —abriga 285 mil dos mais de 662 mil, segundo as estatísticas oficiais mais recentes.
Há, ainda, a tentativa de aproximação dos Palop (Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa), já que Cabo Verde e Guiné-Bissau, onde também fala-se crioulo, por exemplo, são a segunda e terceira nacionalidade com mais residentes em Lisboa —22,6 mil e 14,3 mil, respectivamente. Em primeiro lugar, assim como em todo o território português, está o Brasil, com mais de 71 mil residentes na capital.
Até aqui, cinco textos foram publicados em cioulo. Todas as reportagens podem ser acompanhadas nesta página. Elas versam, entre outras coisas, sobre cultura e moda, sempre com destaque para imigrantes e histórias de fôlego relacionados a Lisboa.
A realização do projeto foi possibilitada por uma bolsa concedida pelo programa europeu NewsSpectrum, voltado para o apoio à sustentabilidade de línguas minoritárias na União Europeia (UE), e pela parceria com o projeto cultural Lisboa Criola.
Lançada em 2020, já em meio à pandemia de Covid, a Mensagem de Lisboa é parceira da Folha no projeto "Onde se Fala Português", idealizado no último ano e voltado para a cobertura dos nove países que compõem a CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa).
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