O Mundo É uma Bola

O Mundo É uma Bola - Luís Curro
Luís Curro

Sem sombra do CR7, Benzema cresce e desfruta agora melhor fase no Real

Centroavante francês, que eliminou Messi e Neymar da Champions League, faz nesta temporada quase um gol por jogo

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Karim Benzema faz sinal de positivo com a mão direita após fazer gol na vitória do Real Madrid por 3 a 1 sobre o Paris Saint-Germain nas oitavas de final da Liga dos Campeões da Europa

Karim Benzema festeja gol na vitória do Real Madrid por 3 a 1 sobre o Paris Saint-Germain nas oitavas de final da Liga dos Campeões da Europa Gabriel Bouys - 9.mar.2022/AFP

Brilhar em um time que conta com Cristiano Ronaldo é dificílimo.

Quem joga junto com o português, um dos melhores futebolistas da história, e também personalista e fominha, tem a certeza de que será coadjuvante.

Karim Benzema, que hoje vive a glória de ter eliminado o Paris Saint-Germain de Messi-Neymar-Mbappé na Champions League, sabe muito bem disso.

O centroavante francês chegou ao Real Madrid em 2009. Tinha 21 anos e era astro do Lyon.

Junto com ele chegou ao time merengue o CR7, três anos mais velho e já uma vez eleito melhor do mundo, pelo Manchester United.

Cristiano Ronaldo pisca o olho direito para Benzema após a conquista da Copa do Rei pelo Real Madrid, contra o Barcelona, em 2011
O francês Benzema e o português Cristiano Ronaldo após a conquista da Copa do Rei pelo Real Madrid, contra o Barcelona, em 2011 - Dominique Faget - 20.abr.2011/AFP

Por mais que Benzema tenha jogado bem, e jogou, jamais teve a capacidade (ou seria a oportunidade?) de fazer tantos gols como o lusitano.

No período em que entraram juntos em campo, o francês sempre esteve na sombra do colega, assim como todos na equipe.

Benzema, nessas nove temporadas, anotou 192 gols em 412 partidas por competições de destaque (Champions League, Mundial de Clubes, Campeonato Espanhol, Copa do Rei, Supercopa da Europa e Supercopa da Espanha). Uma média respeitável de 0,47 gol por jogo.

Parecia aceitável, ir além não seria possível para ele.

Porém, desde a saída do CR7, que foi jogar na Itália pela Juventus e depois retornou ao Manchester United, Benzema potencializou seu futebol e as bolas nas redes rivais.

Sem um companheiro que concorresse com ele pelos holofotes no ataque –o galês Gareth Bale e o belga Eden Hazard conviveram com seguidas lesões–, o camisa 9 tornou-se o ídolo maior do badalado clube espanhol.

Acumula, em quatro temporadas incompletas (a atual vai até maio), 117 gols em 180 partidas, pelos mesmos torneios já mencionados. A média por jogo saltou quase 40%, para 0,65.

Na Liga dos Campeões, o hat-trick (três gols) que marcou contra o PSG nesta quarta-feira (9) no estádio Santiago Bernabéu elevou sua média de gols no campeonato, na era pós-CR7, para 0,67 por jogo.

Em número absoluto, são oito gols na Champions, que o deixam como terceiro na tábua de goleadores, em perseguição a Haller (Ajax, 11) e Lewandowski (Bayern, 12).

De quebra, Benzema caminha para conquistar pela primeira vez o Troféu Pichichi, dado ao principal artilheiro do Espanhol.

Tem 20 gols em 24 jogos, e os mais próximos perseguidores (Vinicius Jr., colega de Real, os espanhóis Iago Aspas e Raúl de Tomás, e o turco Ünal) estão com 13.

Facilita sua tarefa a ausência de Messi –vencedor do Pichichi oito vezes desde 2009/10–, que trocou o Barcelona pelo PSG para se tornar vítima do melhor Benzema.

Sim, este é o melhor Benzema.

Considerando somente 2021/22, ele esteve em campo 33 vezes, por Espanhol, Supercopa da Espanha e Champions League. Somou 30 gols, quase um por apresentação (média de 0,9).

Na Champions, são oito tentos em sete partidas.

Benzema vibra, erguendo a camisa, no estádio Santiago Bernabéu, na capital espanhola, ao fazer um de seus três gols diante do PSG, na Champions League
Capitão do Real Madrid, Benzema vibra no estádio Santiago Bernabéu, na capital espanhola, ao fazer um de seus três gols diante do PSG, na Champions League - Gabriel Bouys - 9.mar.2022/AFP

E o melhor Benzema mostra-se ainda melhor por não sentir o peso da idade.

Aos 34 anos e 80 dias, na histórica partida em que ofuscou formidavelmente gente muito mais elogiada que ele, Benzema tornou-se o mais velho jogador a fazer um hat-trick em um confronto da Champions.

O recordista anterior era seu compatriota Olivier Giroud, hoje no Milan, que marcou três gols em Sevilla 0 x 4 Chelsea, em dezembro de 2020, com 34 anos e 63 dias.

Cristiano Ronaldo tinha 34 anos e 35 dias quando registrou seu oitavo e mais recente hat-trick na Liga dos Campeões, em março de 2019, em Juventus 3 x 0 Atlético de Madrid.

Messi, que como o CR7 tem oito hat-tricks na Champions –ambos são os recordistas–, fez seu último em Barcelona 4 x 0 PSV Eindhoven, em setembro de 2019, com 31 anos, dois meses e 25 dias.

Para a consagração, contudo, não basta a Benzema ser o melhor Benzema, em termos individuais. Ele precisa triunfar na Champions, e ainda faltam três etapas para tal.

Afinal, quando Cristiano Ronaldo era o cara no time, o Real Madrid faturou a taça quatro vezes (2014, 2016, 2017 e 2018). Depois, não mais.

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