O Mundo É uma Bola

O Mundo É uma Bola - Luís Curro
Luís Curro

Vaias a Messi da própria torcida chocam; saiba a outra vez que isso ocorreu

Argentino passou no Barcelona por situação desagradável, mas não constrangedora como a que vivenciou no PSG

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São Paulo

Receber vaias não é algo incomum na carreira de Messi.

Mesmo sendo ele o supercraque que é, alguém que mesmo os fãs de equipes rivais aprenderam a admirar e a respeitar, torcedores adversários recorreram a esse expediente na tentativa de tentar perturbá-lo, irritá-lo, desestabilizá-lo.

Na maioria das vezes, não deu certo, pois Messi, um gênio do futebol, respondia com grandes jogadas, assistências, gols. Vaias, ou apupos, ou mesmo xingamentos, não tiveram a capacidade de abalá-lo.

Isso partindo da torcida rival. O que dizer de torcedores do time pelo qual Messi joga dirigirem vaias e assobios reprovativos ao jogador ganhador de sete Bolas de Ouro, um recorde?

Seria irreal, impensável, impossível e inacreditável, se não tivesse ocorrido, de forma jamais vista, no estádio Parque dos Príncipes, a casa do Paris Saint-Germain.

Jamais vista na intensidade e na duração, pois torcedores do PSG, especialmente os organizados –conhecidos como "ultras"–, direcionaram sua ira a Messi, e também a Neymar, desde o anúncio dos nomes pelos alto-falantes, antes do jogo deste domingo (13) na capital da França.

Foi constrangedor. A cada toque na bola contra o Bordeaux, lanterninha do Campeonato Francês, vaias para Messi. Que, apesar de atuar todo o tempo, não conseguiu responder com um gol ou mesmo com um passe para gol.

Era a resposta possível, não dada, aos insatisfeitos com a atuação dele na partida de dias antes, na Espanha, quando o PSG, que tinha vantagem na disputa, levou uma virada em 17 minutos do Real Madrid e caiu nas oitavas de final da Champions League, o sonho de consumo do clube parisiense.

O tratamento dispensado a Messi foi chocante, e seria mais chocante ainda se tivesse sido inédito. Cheguei a pensar que fosse, mas não. Aconteceu uma outra vez e, pelo que se saiba, apenas mais essa.

Foi no Barcelona, cujos torcedores tanto amam o argentino, que honrou suas cores por 21 anos (contando o tempo nas categorias de base) e é, com certa folga, o maior ídolo do time catalão, além de seu maior artilheiro.

No dia 17 de maio de 2014, mesmo que por um curto período, o Camp Nou vaiou Messi. Foi em uma jogada, já perto do fim da partida, em que Juanfran roubou-lhe a bola.

O Barcelona perdeu o título do Campeonato Espanhol para o Atlético de Madrid na última rodada, depois de sair na frente no primeiro tempo, em gol de Alexis Sánchez que teve assistência de Messi, e permitir o empate.

No segundo tempo, o camisa 10 esteve irreconhecível, demonstrando pouco apetite pela vitória, necessária para obter a taça, e seguidos momentos de apatia.

Ele renovara contrato com o clube na véspera, e esperava-se que estivesse mais motivado do que nunca para faturar o título. Não pareceu estar. Daí, o pito dos torcedores.

Pelo que se tem conhecimento, foi essa a primeira e única vez que os culés (torcedores do Barça) criticaram Messi em campo com vaias, em quase 800 jogos.

Messi, em aquecimento antes do jogo entre PSG e Bordeaux, pelo Campeonato Francês, no qual foi alvo de vaias dos torcedores do clube de Paris
Messi, antes do jogo entre PSG e Bordeaux, pelo Campeonato Francês, no qual foi alvo de vaias dos torcedores do clube de Paris - Alain Jocard - 13.mar.2021/AFP

No PSG, a insatisfação veio bem mais rápido, em somente sete meses de clube e 26 partidas disputadas.

Se o humor dos torcedores não mudar repentinamente, e não há indicação de que isso aconteça, Messi, 34, triplicará em menos de um mês –o próximo jogo do time em casa é no dia 2 de abril– a quantidade de vaias recebidas em toda a carreira de quem deveria aplaudi-lo.

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