Ora Pois

Um olhar brasileiro sobre Portugal

Portugal está entre países europeus com mais insatisfação no trabalho

Só 21,6% se consideram 'muito satisfeitos'; média europeia foi de 43,8%, diz pesquisa

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Lisboa

Uma pesquisa realizada pelo Eurostat (o gabinete de estatísticas da União Europeia) indica que Portugal está entre os países europeus onde os moradores expressam menos satisfação com o trabalho. Apenas 21,6% dos entrevistados lusitanos se disseram "muito satisfeitos", o que representa o menor valor para esse indicador no levantamento. A média europeia foi de 43,8%.

Cerca de 10,5% dos portugueses se declararam abertamente "insatisfeitos" com a questão laboral: o segundo percentual mais elevado entre os europeus, atrás apenas dos búlgaros, com 11,7%. Ambos os resultados estão bem acima da média da UE, de 5,85%.

Imagem mostra multidão de manifestantes, sendo alguns com cartazes, protestando nas ruas de Lisboa
Milhares de pessoas protestaram em Lisboa, nos arredores do Parlamento, contra a inflação e aumento do custo de vida n o país - Pedro Nunes 25.fev.23/Reuters

O levantamento entrevistou mais de 197 milhões de pessoas e teve os dados inicialmente revelados pelo jornal Público.

A precariedade das relações laborais, os baixos salários e a carga horária excessiva estão entre as principais queixas de quem trabalha em Portugal.

A maioria dos trabalhadores portugueses (64,1%) se declarou mais ou menos satisfeito com o trabalho, enquanto a média europeia foi de 44%.

Vizinha a Portugal, a Espanha tem 53,9% dos trabalhadores se dizendo muito satisfeitos. Os valores mais elevados, no entanto, cabem a Malta, Letônia e Suíça, com mais de 65%.

Em um cenário de inflação recorde e de aumento generalizado dos preços da habitação, a questão salarial pode ter uma contribuição decisiva para a insatisfação dos portugueses com seus empregos. As baixas remunerações são um problema reconhecido em Portugal, apesar da trajetória de aumento do salário mínimo, atualmente em 760 euros (cerca de R$ 4.208).

Dados do ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social indicam que 56% dos trabalhadores do país receberam salários inferiores a mil euros (R$ 5.537) em 2022. Entre os jovens com menos de 30 anos, esse percentual foi de 65%.

Desde o começo de 2023, profissionais de diversos setores têm feito greves e paralisações por melhores remunerações e condições de trabalho. Greves de professores e de funcionários do serviço de trens têm sido frequentes.

Os portugueses também têm ido às ruas protestar. Na última semana de fevereiro, milhares de pessoas se reuniram nas ruas de Lisboa em uma manifestação contra o aumento do custo de vida.

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