O escritório diplomático brasileiro em Ramallah, que representa o país junto às autoridades palestinas, levou um consulado itinerante até a faixa de Gaza. A missão – que incluía o embaixador Alessandro Candeas, além de outros funcionários – atendeu 9 brasileiros em sua passagem nos dias 21 e 22 de junho. Há menos de cem brasileiros nesse território empobrecido, sitiado por Israel e pelo Egito. O consulado itinerante atendeu, ainda, 25 palestinos que pedem visto ao Brasil.
O embaixador também visitou o Campo Brasil, em Rafah, no sul da faixa de Gaza. Foi ali que o Brasil manteve, de 1957 a 1967, o Batalhão Suez. Sob mandato da ONU, o país participava de uma missão de paz para monitorar a fronteira entre o Egito e Israel e proteger a população civil. O Brasil tinha milhares de soldados no campo, e sete deles morreram durante o período. Em 1967, durante a Guerra dos Seis Dias, Israel ocupou a península do Sinai e a faixa de Gaza. O escritório diplomático brasileiro produziu um vídeo explicativo durante a visita.
A missão é reflexo de um crescente engajamento do escritório diplomático em Ramallah, que tem realizado uma série de outras atividades de aproximação com a população palestina. O Brasil tem uma excelente reputação, em parte pelas memórias de seu batalhão.
A imagem positiva brasileira também está relacionada a um histórico apoio do país aos palestinos. Essa proximidade ficou evidente em 2014, quando Brasília criticou Israel de maneira dura por seus bombardeios na faixa de Gaza. O autor deste Orientalíssimo blog estava ali, cobrindo o conflito, e foi abordado por palestinos que agradeciam a atitude do governo brasileiro. Ambas as facções palestinas – os rivais Hamas e Fatah – celebraram publicamente o posicionamento do Itamaraty.
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.