Renato Terra

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Renato Terra
Descrição de chapéu

O primeiro acerto de Ricardo Salles

Ex-ministro do Meio Ambiente ajuda a divulgar ato contra si mesmo ao responder artistas no Twitter

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Caetano Veloso vai estacionar o carro em frente ao Congresso Nacional no dia 9 de março. Junto com ele estarão o Greenpeace, o WWF e outros artistas. Um ato pela Terra, em defesa do meio ambiente e contra a destruição da legislação ambiental.

Ou seja: um ato contra toda a boiada de Ricardo Salles e a lógica primária de que a floresta em pé atrapalha o progresso.

O que Ricardo Salles faz? Começa a bater boca com Caetano, Anitta e ajuda a viralizar a manifestação.

Ilustração representando um o busto do ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles
Ilustração publicada em 24 de fevereiro - Débora Gonzales

Salles usou os clichês mais brutamontes do bolsonarismo para lacrar em vez de argumentar. "Melhor fariam ao meio ambiente, ao Brasil e aos brasileiros se levassem propostas de prosperidade econômica aos mais pobres, mas o que eles gostam mesmo é de Lei Rouanet", tuitou. Caetano respondeu com o meme "você é burro, cara".

Sobre Anitta, o articulado ex-ministro escreveu: "Só converso daqui pra frente com a Anitta Burritta se ela conseguir fazer sozinha um vídeo soletrando ‘Pa-ra-le-le-pí-pe-do’ sem usar o teleprompter". Anitta respondeu: "Ah como eu gostaria de um mano a mano com vc ao vivo e a cores pra vc se lascar com esse machismo de bosta de falar q eu sou burra só pq eu sou gostosa". As respostas de Caetano e Anitta viralizaram.

Salles mobilizou os algoritmos, sempre mais propensos a impulsionar tretas do que pautas positivas. É como um vilão que começa a fazer discurso quando nota seu declínio.

Pego outra treta no Twitter para finalizar a coluna: Guga Chacra costuma comentar os posts de Rodrigo Constantino com paciência hindu. Sempre começa com "Oi Rodrigo". A expressão "Oi Rodrigo" virou meme.

"Oi Ricardo", leia a série de reportagens "Arrabalde" na revista Piauí. É um dossiê profundo, uma conversa de adulto sobre a Amazônia, com ideias de "prosperidade econômica aos mais pobres", como você argumentou.

Um trechinho: "Os homens que ocuparam a maior floresta tropical do planeta enxergaram pouquíssimas coisas nela. O baixo dinamismo econômico da região se concentra em um número irrisório de produtos: soja, milho, algodão, carne, minérios. Entretanto, a lista de itens vendidos lá fora é muito mais extensa. Em 2018, a pauta de exportações da região incluiu 662 produtos, boa parte deles oriundos da floresta".

É possível ser mais lucrativo e manter a floresta em pé. Desde que haja um projeto que envolva ciência, planejamento e que olhe a Amazônia como o principal ativo que o Brasil tem na mesa de negociações mundiais.

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