Saúde Mental

Informação para superar transtornos e dicas para o bem-estar da mente

Saúde Mental - Sílvia Haidar
Sílvia Haidar
Descrição de chapéu Mente

Einstein capacita profissionais do SUS no cuidado em saúde mental

Projeto foca atenção primária à saúde em Goiás, Maranhão e Rondônia

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Pessoas aguardam atendimento sentadas em bancos da UBS
Atendimento na UBS Mooca 1, na zona leste de São Paulo - Mathilde Missioneiro - 12.jan.22/Folhapress
São Paulo

Detectar transtornos de saúde mental na atenção primária à saúde é uma forma de tratar precocemente problemas como depressão, ansiedade e abuso de álcool e outras substâncias.

A OMS (Organização Mundial de Saúde) recomenda que os sistemas de saúde pública implementem ações e serviços de base comunitária para capacitação de profissionais que atuam nessa ponta.

Como parceiro dessa ação, o Hospital Israelita Albert Einstein criou o "Saúde Mental na Atenção Primária à Saúde (APS)", uma iniciativa realizada no âmbito do Proadi-SUS (Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde), em parceria com o Ministério da Saúde e o Conass (Conselho Nacional de Secretários de Saúde).

"O cuidado em saúde mental na atenção primária é possível e resolutivo. Então com esse programa a gente espera aumentar a resolutividade, aumentar a detecção de casos e ampliar o acesso dos pacientes aos tratamentos", explica a enfermeira Ana Alice Freire de Sousa, coordenadora técnica do Saúde Mental na APS e de Projetos e Novos Serviços no Einstein.

"Com a escuta e a atenção adequadas, toda consulta médica pode ser uma consulta de saúde mental. Durante um atendimento de rotina de uma gestante ou de um idoso, por exemplo, o profissional pode identificar se existe ali um sofrimento", observa.

O projeto contempla 63 municípios em três estados: Maranhão, Goiás e Rondônia. Além de revisitar os processos de trabalho dos serviços da APS por meio da planificação da atenção a saúde, a equipe do Einstein irá capacitar cerca de 800 profissionais com o uso do manual de intervenções Mental Health Gap Action Programme (mhGAP), um guia clínico para consulta e ordenação do cuidado em saúde mental organizado pela OPAS (Organização Pan-Americana da Saúde).

São realizadas etapas operacionais, com workshops, oficinas de planejamento e monitoramento e tutoriais direcionadas às equipes técnicas dos estados, regionais e municipais e aos profissionais da APS com foco na organização da linha de cuidado em saúde mental. Concomitantemente a essas atividades, estão previstas 12 turmas para a formação de multiplicadores do manual, que serão habilitados a treinar todas as equipes da região.

Sousa diz que a previsão é que todos os profissionais considerados multiplicadores —aqueles cerca de 800 que estão sendo treinados— se formem neste ano e que, ainda no segundo semestre de 2022, comecem a passar seus conhecimentos para outros trabalhadores da atenção primária à saúde nas regiões onde atuam. A expectativa de conclusão do programa é no fim de 2023.

"No final, teremos um número muito importante de profissionais treinados e de serviços preparados para esse olhar", ressalta.

Outro ponto destacado por Sousa é que, quando se fala em saúde mental, costuma-se debater mais transtornos como depressão e ansiedade. Já a discussão sobre o abuso de álcool e outras substâncias acaba sendo marginalizado.

"São problemas que podem ser manejados na atenção primária quando os agentes estão preparados para essa abordagem", afirma.

A saúde mental de crianças e adolescentes também é negligenciada. "Por isso estamos elaborando um material sobre habilidades de vida, com o qual os profissionais poderão propor jogos e outras atividades com os mais jovens para conseguirem dialogar com eles", afirma.

"Uma das nossas missões, e toda nossa responsabilidade com o SUS, é para que o nosso programa não seja apenas um vento, que quando acabar o projeto tudo pare. A ideia é que a gente consiga institucionalizar essas práticas e disseminá-las o máximo possível", diz.

O que é o Proadi-SUS
O Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde foi criado em 2009 com o propósito de apoiar e aprimorar o SUS por meio de projetos de capacitação de recursos humanos, pesquisa, avaliação e incorporação de tecnologias, gestão e assistência especializada demandados pelo Ministério da Saúde.

Atualmente o programa reúne seis hospitais que são referência em qualidade médico-assistencial e gestão: Hospital Alemão Oswaldo Cruz, BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, HCor, Hospital Israelita Albert Einstein, Hospital Moinhos de Vento e Hospital Sírio-Libanês. 

Os recursos do Proadi-SUS advém da imunidade fiscal dos hospitais participantes. Os projetos levam à população a expertise dessas instituições em iniciativas que atendem às necessidades do SUS. Entre os principais benefícios do Proadi-SUS destacam-se a redução de filas de espera, qualificação de profissionais, pesquisas do interesse da saúde pública para necessidades atuais da população brasileira, gestão do cuidado apoiada por inteligência artificial e melhoria da gestão de hospitais públicos e filantrópicos em todo o Brasil.

Siga o blog Saúde Mental no Twitter, no Instagram e no Facebook.

LINK PRESENTE: Gostou deste texto? Assinante pode liberar cinco acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.