Construído na última década do século 19, um vagão em madeira da extinta São Paulo Railway agora será utilizado no acervo de um futuro museu ferroviário no interior de São Paulo.
O vagão de carga, que estava guardado numa oficina da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) em São Paulo, foi doado para a ABPF (Associação Brasileira de Preservação Ferroviária), que o levou para sua regional Sul de Minas.
Na CPTM, ele estava em uso nos trens de serviço, até ser retirado de operação devido à sua idade avançada. Com isso, o vagão ficou parado alguns anos no pátio das oficinas da Lapa.
Quando a ABPF soube que ele estava fora de serviço, iniciou as tratativas com a CPTM para a doação do vagão, considerado um dos últimos exemplares existentes do modelo.
"Ele é importante por ter mais de 100 anos, será muito útil ao acervo do nosso futuro museu. Está desgastado, mas tem condições de ser usado", disse Bruno Crivelari Sanches, presidente da ABPF.
A operação de carregamento do vagão fechado, com caixa de madeira, ocorreu no último dia 23, quando foi levado da capital para Cruzeiro, no interior paulista, onde a ABPF terá um museu ferroviário. Além do vagão, a CPTM doou uma peça para um carro de passageiros.
A regional Sul de Minas da associação inclui os dois trens em operação em Minas Gerais (Trem da Serra da Mantiqueira e Trem das Águas) e as oficinas de reparação de locomotivas a vapor na paulista Cruzeiro.
A São Paulo Railway, inaugurada em 1867, foi pioneira no sistema ferroviário em São Paulo e considerada um exemplo de concessão.
Ela tinha o monopólio dos 139 quilômetros de trilhos entre Santos e Jundiaí, o que fez com que, durante todo o período da concessão de 90 anos ela fosse a mais bem sucedida companhia ferroviária em atuação no país.
Até o fim da concessão, em 1946, a SPR permaneceu como empresa britânica e, depois, foi administrada pelo governo federal (ferrovia Santos-Jundiaí).
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