O portal Embrazado, plataforma digital que destrincha a música periférica brasileira, lançou no início do mês o álbum "Embrazado hits" com 10 faixas que faz um intercâmbio entre artistas periféricos de Belém, Recife, Salvador, Belo Horizonte e Rio de Janeiro. A obra mistura tecnomelody, funk e subgêneros do rap com remix de DJs conhecidos na cena alternativa.
"A coletânea é a realização de tudo que a gente queria fazer desde o começo do projeto: conectar artistas de cenas que a princípio parecem distantes, mas que estão ligadas há anos. A gente percebe isso através da influência que esses artistas têm, da forma que produzem, na estética dos timbres, dos processos criativos... Proporcionar esses intercâmbios de fato era uma coisa que a gente queria fazer desde o princípio", completa Igor Marques, curador e produtor do Portal Embrazado.
Para a Dj Méury, artista paraense, a coletânea abre novas portas: "Pra mim é gratificante participar desse projeto em outro estado, ter a oportunidade de mostrar um pouco da nossa cultura paraense através de um remix isso vai atribuir muito na minha carreira e mostrar que mulher também faz o que um homem faz e ainda melhor", revela.
"Pra mim é uma satisfação enorme poder somar nesse trabalho e saber que existem espaços assim para canalizar toda essa nova expressão artística que vem de culturas e lugares tão distintos do Brasil, nos conectando e dando oportunidade do público conhecer novos trabalhos, novos sons e um novo leque de experiências, tudo isso através da música." relata Jotaerre, músico de Salvador Bahia.
O lançamento da coletânea vem acompanhado da série audiovisual "Embrazado.mp4", um conjunto de cinco reportagens com entrevistas em formato de mini documentários que pautam as cenas musicais de Belém (PA), Recife (PE), Belo Horizonte (MG), Salvador (BA) e Rio de Janeiro (RJ).
"Interessante destacar que em cada episódio a gente abordou camadas complementares da economia criativa das periferias brasileiras: começando pelos produtores musicais em Salvador, uma casa de show em Belo Horizonte, passando pelos artistas em Belém, dançarinos no Rio de Janeiro e fãs em Recife. É como se a série de vídeos passeasse pela cadeia produtiva da cultura nessas periferias do país", explica Igor Marques.
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