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Carolina Muniz

5 plantas ideais para apartamento; saiba como cuidar

Espécies com folhas verde-escuras são as mais indicadas para ambientes internos

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Antes de levar uma planta para o seu apartamento, o mais importante é entender se ela vai se adaptar às condições de luminosidade do espaço. "Não adianta escolher uma planta linda que vai morrer ali porque precisa de sol", afirma o biólogo Samuel Gonçalves, doutor em botânica, que tem mais de 1.200 plantas em seu apartamento.

Para dividir essa experiência com os amantes de jardinagem, ele criou o canal no YouTube Um Botânico no Apartamento e uma página no Instagram com o mesmo nome.

Ele explica que o paisagismo divide a luminosidade em três tipos: sol pleno, meia-sombra e sombra. As espécies de sol pleno são aquelas que necessitam de seis horas de incidência solar direta. As de meia-sombra exigem quatro horas de sol fraco, que pode ser o da manhã ou do fim de tarde. Já as plantas de sombra precisam apenas de claridade, sem sol direto.

Para saber qual espécie escolher, é preciso entender como a luz do sol chega ao seu apartamento. No Brasil, os imóveis com face norte são aqueles que mais recebem incidência solar (isso se não houver outra construção na frente para atrapalhar) e os com face sul, os que menos recebem.

Assim, para boa parte dos apartamentos, as plantas mais indicadas são as de sombra, que se adaptam bem a ambientes internos (desde que haja claridade). Em geral, são aquelas espécies que têm folhas verde-escuras, afirma Samuel. "As plantas com folhagem verde-clara ou verde-limão precisam de mais luz para se desenvolver", diz ele.

A seguir, o biólogo lista cinco plantas ideais para cultivar no apartamento e ensina como cuidar de cada uma delas.

Zamioculca

Zamioculca em um vaso branco em um funco também branco. Tem galhos que se direcionam para cima e para os lados. Suas folhas são arredondadas e verde-escuras
A zamioculca deve ficar em uma ambiente com bastante claridade, mas não deve receber sol direito - Kseniaso/Adobe Stock

É uma suculenta de sombra, muito resistente à falta de água. Você pode viajar por 15 dias e, quando voltar, ela vai estar ótima. Ao mesmo tempo, é bastante sensível ao excesso de rega. Se as folhas começarem a ficar amareladas e cair, é sinal de que você está molhando demais. Para acertar, use a regra do dedo. Enfie-o na terra e, se ela estiver seca, pode regar. Se ainda estiver úmida, espere mais um pouco. Se o cabinho da planta estiver enrugado, com estrias, é um indicativo de que ela precisa de água.

A zamioculca deve ficar em um ambiente com bastante claridade, mas sem sol direto. Vai bem em locais com vento e ar-condicionado. Pode ser cultivada em qualquer tipo de vaso, mas é importante escolher um substrato que drene bem a água, para que as raízes não apodreçam. Uma boa opção é usar substrato para suculentas. Ela também é pouco exigente em relação à adubação. Mas, se você quiser favorecer o seu desenvolvimento, pode utilizar o adubo NPK líquido 10-10-10 uma vez ao mês.

Uma característica interessante dessa planta é a facilidade de fazer mudas. Basta pôr um pedaço de folha em um substrato úmido para que ela enraíze e brote. Há também a versão black da zamioculca, com folhas bem escuras.

Pacová

Pacová em vaso preto sobre mesa de madeira. Suas folhas são largas e verde-escuras.
O pacová se desenvolve com facilidade e é pouco suscetível a pragas - Raypriatna/Adobe Stock

É uma planta nativa do Rio de Janeiro. Tem folhagem grande e dura, é pouco suscetível a pragas e se desenvolve com facilidade. Pode ficar muito grande, mas, se for mantida em um vaso pequeno, não cresce tanto. O pacová não deve receber luz solar direta e resiste bem ao vento, ao ar-condicionado e à falta de rega. O ideal é manter o substrato dele levemente úmido, mas nunca encharcado.

Suas folhas largas podem ser limpas com um pano úmido, para tirar a sujeira. Mas, segundo Samuel, é mito que a poeira atrapalha a fotossíntese da planta. "Nas florestas, tem poeira, musgo, e ninguém vai lá limpar", diz. Então, é apenas uma questão estética e de limpeza da casa, explica ele.

Quem quiser deixar a folha mais brilhante pode aplicar café coado sem açúcar, esperar secar e, em seguida, passar um pano seco. A espécie não exige adubação frequente, mas também é possível usar o adubo líquido NPK 10-10-10 uma vez ao mês.

Lírio-da-paz

Lírio da paz em vaso de plástico marrom. Tem folhas verde escuras, grandes e caídas. No topo, tem uma flor branca
O lírio-da-paz é mais sensível à falta de rega - Danilo Verpa/Folhapress

É barato e fácil de cuidar. O mais interessante dessa espécie é que ela floresce à sombra —em geral, as plantas precisam de mais luz para dar flor. Mas ela não se adapta bem a ambientes com muito vento ou ar-condicionado, porque desidrata com facilidade. O lírio-da-paz gosta de bastante umidade e pode, inclusive, ser cultivado na água. No vaso, deve sempre ter o solo úmido, o que exige regas mais frequentes. Pode até ser colocado no banheiro, desde que o cômodo tenha janela e receba claridade.

Samuel afirma que o lírio-da-paz é uma "planta-diagnóstico". Isso porque, quando ele está seco, fica com as folhas caídas. Com isso, sinaliza que as plantas à sua volta também podem estar precisando de rega, mesmo que elas não mostrem isso. "Ele é mais sensível à falta de umidade. Então, é interessante para quem tem muitas plantas e acaba não percebendo que elas estão secando", diz. Para estimular o florescimento, use NPK líquido 4-14-8 mensalmente.

Palmeira-ráfis

Palmeira ráfia em um vaso de plástico verde. Suas folhas são verde escuras e alongadas
É preciso borrifar águas nas folhas da palmeira-ráfis para que suas pontas não fiquem queimadas - Danilo Verpa/Folhapress

Essa espécie até consegue se adaptar a locais de sol pleno, mas fica com folhas pequenas e não se desenvolve tão bem. O ideal é que ela seja colocada em um ambiente que receba apenas a claridade e não tenha vento.

Ela exige que o solo e sua folhagem estejam sempre úmidos. Por isso, é muito importante borrifar as folhas com frequência, principalmente em épocas quentes e secas. Caso contrário, suas pontas começam a ficar queimadas. Se isso acontecer, você pode cortar essa parte feia, sem prejuízo para a planta. No entanto, é importante manter a umidade no solo e nas folhas para que elas não sequem mais. A adubação pode ser feita com NPK 10-10-10 uma vez ao mês.

Espada-de-são-jorge

Folhas de espadas de são jorge. Elas são verde escuras no centro e verde claras na ponta. São alongadas e direcionadas para cima
Muito resistente, a espada-de-são-jorge se adapta bem a diferentes condições de luminosidade - Wikimedia Commons

Na opinião de Samuel, essa é a planta mais versátil que existe. Pode ficar no sol, na sombra, no vento, no ar-condicionado, no banheiro (desde que tenha claridade). É super-resistente ao excesso e à falta de rega. Também dá mudas com facilidade e pode ser cultivada em qualquer tipo de terra. Além disso, ela raramente precisa de adubação (quando necessário, o NPK 10-10-10 pode ser usado). "É ideal para qualquer pessoa deixar de ter medo de ter planta", diz o botânico.

Há também uma versão em miniatura da espada-de-são-jorge, ótima para ficar em um vasinho pequeno em cima de uma mesa de escritório ou na bancada do banheiro.

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