Voltaire de Souza

Crônicas da vida louca

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Voltaire de Souza

Programinha radical

No mundo dos reality shows, não basta ter só um rostinho bonito

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Voltaire de Souza

Beleza. Drama. Terror.

Na TV, os seriados apostam em altas emoções.

Yellow Jackets.

Interessante time de futebol feminino se perde na selva.

Resultado: canibalismo.

Fabinho era diretor de uma importante emissora de TV.

–Assim não dá para competir.

A reunião era tensa no setor de produção.

–Nós aqui com nossos reality shows…

–Poxa, Fabinho, mas tem sexo pra caramba.

–Claro. Claro que tem, pô.

Fabinho respirou fundo.

–A gente precisa de uma coisa mais… mais…

–Bruta?

–Isso. Primitiva.

Um assessor ficou pensando.

–A gente aposta muito em gente bonita.

Fabinho concordava.

–Isso é fundamental. Como dizia o poeta. Haha.

–Mas, sabe, Fabinho… beleza não é tudo.

–Baixaria ajuda muito.

–Mas tem de ter um toque mais… mais…

–Grosso. Tosco. Chocante.

A reunião ia chegando a um consenso.

–Vamos achar novos participantes para a Casa da Xepa.

–Fabinho, eu tenho uma proposta ousada…

–Qual?

–Aquele professor… que mora nos Estados Unidos.

–O Olavo? Parece que pegou Covid.

–E o ex-ministro? Aquele da Educação?

–Será que ele aceita vacina?

–Vou ver. E qualquer coisa…

–Chama o Pazuello.

--Junta a Regina. Ela tem experiência de TV.

–E os filhos do cara?

–Se toparem, vai ser beleza.

–Mas capricha na mulherada, rapaz.

Reality show é isso aí.

Canibalismo pode ser exagero.

Mas baixaria não tem limite.

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