Polêmica. Debate. Desinformação.
Algumas redes de fast food enfrentam problemas.
É o caso do McPicanha que nunca teve picanha.
Pierre era um famoso chef francês.
–Non é surprrêze. Estáve na cárre.
Sua atitude era filosófica.
–Com picánhe ou sans picánhe, dá na mésme.
Ele fez um biquinho de nojo.
–Serrá semprre uma porcarrie.
No simpático bistrô La Chochotte, ele só servia carnes selecionadas.
–Bistequinhe de pórrque com compôte de cerréj.
Até o peito de pato vinha com carimbo.
–Dirrét da Frrónce.
Mas como importar patos franceses?
–Ténhe uns amigues na police federrale.
O delegado Gregório cuidava da alfândega.
–Pago parra ele uma porrcentage do pát.
E era um apreciador da boa mesa.
–Cansei de prender político corrupto.
–Está cerrte, Grregorre. O Brrasile non tén jeite.
–Olha aí o Lula. Solto de novo.
–E os filhes do Bolsonarre…
–Hã. O que você preparou hoje para mim, Pierre?
Tratava-se de um cardápio elaborado.
–Pescosse de avestrruze no escondidinhe de mandiôque.
–Que mais?
–Presunte de orrij norrdestine recheááde de azeitône.
Os pratos eram de digestão difícil.
–Enroladinhe de galigne à la Marielle Frronque.
Ele explicava.
–Cozinhade en fógue lente.
Um motoqueiro parou na frente do restaurante.
–É aqui que pediram do McDonald’s?
Pierre ia se ofender.
Mas a pistola de Gregório deu resposta mais rápida.
–Se não for quadrilha de moto, é desacato à autoridade.
–E se erra ladrron ou non erra, non faz diferrance.
--Ou então ele caiu na lei de defesa do consumidor.
–É como no homburrg. Com picanhe ou sans picanhe, dá na mesme.
A qualidade da comida varia.
Mas, muitas vezes, é o motoqueiro quem paga o pato.
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