Ciúmes. Suspeitas. Evidências.
Edmundo Carlos não aguentava mais.
--A Wany. Não larga do meu pé.
--Claro. Galinha como você, Edmundo Carlos...
--Mas eu juro, Wany. Eu te amo.
Havia desengano no sorriso daquela mulher.
--Amar é uma coisa. Pular a cerca é outra.
--Mas, Wany.
--Traição eu não admito.
Wany empunhava o celular do marido.
--Me diga o que são essas mensagens.
--Hã... quais?
--Olha aqui.
Os dizeres eram claros. Nítidos. Inconfundíveis.
--Simone. Eu te adoro.
--Obrigado, querido.
--Você é verdadeira. Madura. Sem falsidade.
--Fique sempre comigo.
--Nunca vou te abandonar.
--Juntos, vamos conseguir todos os nossos sonhos.
--Está na hora de largar tudo aquilo que me prendia ao passado.
--Nosso compromisso é mais forte do que tudo.
Edmundo Carlos pegou o celular da mão de Silvana.
E respirou aliviado.
A explicação era simples.
As mensagens eram do comando de uma campanha política.
--Wany, essa é a Simone Tebet.
--Quem? Quééém?
--Acho ela verdadeira. Madura. E ela disse que os compromissos dela são firmes.
As mãos de Wany tremiam. E seu ódio não diminuiu.
--Traidor. Mentiroso. Safado.
Wany era bolsonarista convicta.
--Isso é pior que adultério, Edmundo Carlos.
Ele já foi para um apart-hotel.
Durante a madrugada, sonhos estranhos visitaram a sua mente.
Rios. Pássaros. Pantanais.
Um cercado se abria. Dava-se o estouro da boiada.
--Me ajudem. Me ajudem.
Um belo vaqueiro salvava Edmundo Carlos do sufoco.
--Sobre aqui na garupa, Edmundo Carlos.
O cavalo avançava pelos horizontes do nosso querido Brasil.
Edmundo Carlos respirava o suor da nuca do belo ator de uma novela.
--Isso aqui é o Pantanal?
--É a terceira via, querido.
Ele acordou gritando incongruências.
--Simone. Wany. Jair... me salvem.
A realidade sufoca.
Mas mudar de convicções é sempre uma forma de sonhar.
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