Voltaire de Souza

Crônicas da vida louca

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Descrição de chapéu casamento

Pulando a cerca

Quando um casamento estremece, é que está chegando o estouro da boiada

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Ciúmes. Suspeitas. Evidências.

Edmundo Carlos não aguentava mais.

--A Wany. Não larga do meu pé.

--Claro. Galinha como você, Edmundo Carlos...

--Mas eu juro, Wany. Eu te amo.

Havia desengano no sorriso daquela mulher.

--Amar é uma coisa. Pular a cerca é outra.

--Mas, Wany.

--Traição eu não admito.

Wany empunhava o celular do marido.

--Me diga o que são essas mensagens.

--Hã... quais?

--Olha aqui.

Os dizeres eram claros. Nítidos. Inconfundíveis.

--Simone. Eu te adoro.

--Obrigado, querido.

--Você é verdadeira. Madura. Sem falsidade.

--Fique sempre comigo.

--Nunca vou te abandonar.

--Juntos, vamos conseguir todos os nossos sonhos.

--Está na hora de largar tudo aquilo que me prendia ao passado.

--Nosso compromisso é mais forte do que tudo.

Edmundo Carlos pegou o celular da mão de Silvana.

E respirou aliviado.

A explicação era simples.

As mensagens eram do comando de uma campanha política.

--Wany, essa é a Simone Tebet.

--Quem? Quééém?

--Acho ela verdadeira. Madura. E ela disse que os compromissos dela são firmes.

As mãos de Wany tremiam. E seu ódio não diminuiu.

--Traidor. Mentiroso. Safado.

Wany era bolsonarista convicta.

--Isso é pior que adultério, Edmundo Carlos.

Ele já foi para um apart-hotel.

Durante a madrugada, sonhos estranhos visitaram a sua mente.

Rios. Pássaros. Pantanais.

Um cercado se abria. Dava-se o estouro da boiada.

--Me ajudem. Me ajudem.

Um belo vaqueiro salvava Edmundo Carlos do sufoco.

--Sobre aqui na garupa, Edmundo Carlos.

O cavalo avançava pelos horizontes do nosso querido Brasil.

Edmundo Carlos respirava o suor da nuca do belo ator de uma novela.

--Isso aqui é o Pantanal?

--É a terceira via, querido.

Ele acordou gritando incongruências.

--Simone. Wany. Jair... me salvem.

A realidade sufoca.

Mas mudar de convicções é sempre uma forma de sonhar.

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