Batman. Super-homem. Homem-aranha.
Nem só de celebridades se compõe o mundo dos super-heróis.
Surge nas telas o Besouro Azul.
O obscuro personagem da Marvel encontra espaço num filme só seu.
A vibração é grande na América Latina.
A bela brasileira Bruna Marquezine é o interesse romântico do poderoso inseto.
Um clima de expectativa invade as redes sociais.
Bruna foi vista com o galã da produção.
O americano Xolo Maridueña.
Lisete punha coraçõezinhos no instagram.
--Casal mais lindo, meu Deus.
Enquanto isso...
Na sede de uma importante emissora, a reunião era tensa.
--Nossa audiência continua caindo.
--Culpa daquelas novelas bíblicas.
--Elas apelam para a religião...
--Para essa coisa do bem contra o mal...
Veio a ideia audaciosa.
--E se a gente fizer uma novela... assim... com mais heroísmo?
--Melhor a gente apostar mais no esporte. Sempre achei isso.
--Noticiário, cara. Público mais de elite.
Tabelas e pesquisas foram analisadas com cuidado.
--A faixa etária do nosso público é cada vez mais infantil.
--Só que tem um grande porcentual da terceira idade também.
--Pô, mas assim é impossível.
--Não acho, Carlos Inácio, não acho.
A lapiseira Lamy fazia rápidos esquemas no bloco de anotações.
--Pega um herói de antigamente...
--Tipo?
--O Vigilante Rodoviário, por exemplo.
Quem é mais velho se lembra do patrulheiro da BR e seu cachorro Lobo.
--O cara era muito canastrão... mas tinha público.
--Então. Nem precisa ser ator. Pega alguém do esporte.
--O Neymar?
--Por que não?
--Você está louco, Carlos Inácio.
--Mas a gente arranja uma namorada para ele.
Um frêmito de romantismo e nostalgia passou pelo amplo meeting room.
--A Bruna Marquezine... é isso?
--Dá para fazer um novo contrato?
--Já imaginou? Os dois juntos de novo?
--Melhor que a Dilma e o Lula, com certeza.
--Falando nisso... na parte da política... como a gente faz?
--Lembra daquele ministro? O Pazuello?
--Hã.
--Põe ele de vilão no seriado.
O Plano B é só em caso de vitória do Bolsonaro.
--O Edmundo de herói, a Regina Duarte de motoqueira e o Gabeira de vilão.
A política brasileira, por vezes, é como um filme ou uma novela.
O público, em última análise, é quem decide.
Mas, por vezes, as opções não são como em Hollywood.
Aparece cada coisa que jamais esteve no gibi.
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