Séries 'O Conto da Aia' e 'Alias Grace' arremataram fãs e prêmios em 2017

O ano da campanha #metoo, que revelou a amplitude e as profundezas do assédio sexual no showbiz, foi também o ano em que a romancista e ensaísta canadense Margaret Atwood, 78, se impôs soberana.

Adaptações elegantes de duas de suas principais obras, a distopia política antipuritanismo "O Conto da Aia" e sua fábula realista sobre submissão e dissimulação feminina "Vulgo Grace", arremataram fãs e prêmios.

Seu trabalho em "ficção social", como ela chama, tornou-se assustadoramente relevante à luz do noticiário, mostrando que um passado vergonhoso e um futuro distópico têm seus reflexos escabrosos com o presente.

"Big Little Lies", outra grande obra do ano, "Sem Deus", "The Deuce", "The Sinner", ''The Crown, "Ela Quer Tudo", "Better Things", "Feud", "13 Reasons Why" e até a sanguinolenta (e genial) "Game of Thrones" expuseram os percalços das mulheres com uma assertividade que raramente se viu em TV, em uma aterradora mas necessária conjunção entre ficção e realidade (das melhores de 2017, só "Mindhunter" não seguiu esse trilho).

Após um ano de mea-culpas e autoanálise, a produção televisiva promete, em 2018, explorar paranoias e medos concretos: de totalitarismos, da aniquilação, da nossa dependência de aparelhos, de um mundo onde a verdade virou item de luxo.

Publicidade
Publicidade