Florais, ultravioleta e estampas de animais são tendências para a moda em 2018

A única questão que ninguém poderá responder sobre 2017 é o que usamos. A graça deste ano –e provavelmente a do próximo– é que as previsões estavam certas e, de alguma maneira, erradas. O mundo não ficou espalhafatoso, tampouco minimalista demais. O verde-floresta não foi a grande cor, como previsto, mas também não se escondeu.

Não houve uma manifestação de moda uníssona e talvez essa seja a corrente de estilo desses tempos estranhos: ser uma máquina de lavar roupas sem curadoria aparente.

Misturaram o vermelho ferrugem de 2015 com o branco e deu no "rosa millennial", aquele desbotado, meio pastel. Quiseram detonar o jeans, mas a tesoura cega acertou no joelho e nas barras. Meio lá, meio cá.

Como ser comum está fora de cogitação, tudo o que envolveu remixagem de décadas com verniz pop, o "Gucci way of dress", deu certo. Quadrinhos, desenhos engraçados, palavras de ordem. As referências se misturaram e se entrelaçaram para criar uma cópia autenticada do passado recente.

Fora da passarela, a fórmula é usada em "Stranger Things", série cujo mote é resgatar os tempos analógicos que o mundo parece buscar ou só experimentar às vezes. A moda, ao cumprir sua função de espelhar o comportamento, nada a favor dessa maré.

Não confunda com "vintage", porque a imagem final, quando pronta na arara, na TV ou no cinema, não é mofada. Imagine a estampa dos 1960, combinada à jaqueta dos 1980 e os sapatos dos 2000. A desordem que define o noticiário é ponto de partida para as roupas do futuro próximo.

Um exemplo. A grife Versace, a sensualidade cortada em tecido, apareceu "antiquada" na semana de moda de Milão ao rememorar as ideias de Gianni Versace nos 1980, com toda as pintas de leopardo a que tinha direito.

Ainda assim, era a cara de 2017. Tudo parecia fresco porque oferecia uma ideia original, ainda que saudosista, dos tempos da originalidade. É uma lógica similar ao do "remake" de um filme, que parte dos fãs não gosta e outra ama.

No ringue de vale tudo das cartilhas de vestimenta, a moda em 2018 perpetuará uma nova leitura para a máxima "nada se cria, tudo se copia": a de que "nada se cria, tudo se reedita".

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TRÊS TENDÊNCIAS PARA 2018

Florais

A mais comum das estampas virá com desenhos ampliados, em formas desiguais, sem um padrão constante na mesma peça. A silhueta em cone invertido, com peças mais jutas na parte de baixo e centímetros mais larga no busto, bebe da mesma fonte

Ultravioleta

Reprodução
Roxo profundo será a cor de 2018
Roxo profundo será a cor de 2018

Em resumo, o roxo profundo. Essa é a cor que a Pantone, líder mundial de colorismo, instituiu para o próximo ano. A cor dos "esquisitões", vinculada ao Halloween, tem a ver com a ideia de diferenciação almejada pelas novas gerações

Bicharada

Miguel Medina/AFP
Estampas de animais estarão em alta
Estampas de animais estarão em alta

Leopardo, onça, vaca, cobra. Não pouparam nenhum animal na savana "fashion" e vestidos, blusas e calças serão estampados com as padronagens selvagens. Seja nos detalhes dos acessórios, seja no "look" completo, os bichos estão à solta

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