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18/09/2012 - 17h36

'Caçadora' de energia escura, câmera mais poderosa do mundo faz primeiras imagens

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DE SÃO PAULO

Um consórcio internacional de pesquisa deu mais um passo na "caçada" à energia escura-- o misterioso elemento que explicaria a expansão do Universo. A câmera digital mais potente do mundo, construída pela Dark Energy Survey (Pesquisa em Energia Escura, em inglês), acaba de registrar suas primeiras imagens.

Em cada imagem, o equipamento é capaz de registrar a luz de cerca de 100 mil galáxias distantes até 8 bilhões de anos-luz.

A câmera de 570 megapixels levou oito anos para ser construída por um time de cientistas de três continentes.

Batizada de DECam, a câmera tem uma matriz com mais de 62 sensores, o que possibilita uma alta sensibilidade da região vermelha do espectro magnético. Usada em conjunto com o telescópio de solo Blanco, que tem um espelho coletor de 4 metros e fica no Chile, os pesquisadores esperam fazer o maior levantamento de galáxia já realizado.

Divulgação Fermilab/France Presse
Imagem aproximada de uma das fotos liberadas pela Decam mostra aglomerado globular 47 Tucanae, que está localizado a aproximadamente 17 mil anos-luz da Terra
Imagem aproximada de uma das fotos liberadas pela Decam mostra aglomerado globular 47 Tucanae, que está localizado a aproximadamente 17 mil anos-luz da Terra

Por enquanto, as imagens liberadas são apenas testes. A câmera começa a funcionar para valer em dezembro. O objetivo é que a DECam faça imagens detalhadas em cores de um oitavo do céu para descobrir e medir 300 milhões de galáxias, 100 mil aglomerados de galáxias e 4.000 supernovas e outros objetos de interesse astronômico.

O material coletado servirá para analisar os efeitos da energia escura por meio de estudos de aglomerados de galáxias, supernovas, estruturas em grande escala das galáxias e do efeito de lentes gravitacionais fracas. A combinação dessas quatro de técnicas é até agora inédita nesse campo.

ENERGIA ESCURA

O estudo da energia escura é hoje uma das áreas mais promissoras da astronomia. No ano passado, o Nobel em física contemplou essa descoberta, que ainda é cercada de mistérios.

Em 1998, dois grupos independentes verificaram, através da observação de supernovas (explosões de estrelas) distantes, que o Universo estava se expandindo, e não se contraindo, como deveria acontecer segundo a teoria da Relatividade proposta por Albert Einstein, que diz que a gravidade deveria funcionar como um freio, reduzindo progressivamente a aceleração do Universo.

Para explicar esse resultado, os cientistas precisaram adicionar um novo "ingrediente" à mistura que compõe o Cosmos: a energia escura.

Essa espécie de antigravidade, por enquanto, só pode ser observada por sua ação em maiores escalas, como as galáxias.

BRASIL

O país participa da Dark Energy Survey por intermédio do LIneA (Laboratório Interinstitucional de e-Astronomia), sediado no Observatório Nacional (ON).

"As características de um levantamento deste porte exigem recursos computacionais e infraestrutura de armazenamento, processamento e distribuição de dados que não podem ser replicadas nas instituições dos participantes", disse em comunicado Luiz Nicolaci, coordenador do DES-Brazil e idealizador do LIneA.

Após o período de tempo de propriedade exclusiva da colaboração, os dados do levantamento serão disponibilizados para a toda a comunidade científica.

 

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