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Variação de luminosidade deixa camundongos depressivos
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BEATRIZ IZUMINO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Um experimento conduzido por cientistas das universidades Johns Hopkins e Rider, nos Estados Unidos, mostrou que roedores expostos a ciclos curtos de luz e escuridão acabaram desenvolvendo sintomas muito parecidos com a depressão dos seres humanos.
Já havia alguns indícios de que variações na exposição à luz podem afetar a estabilidade emocional de mamíferos como nós. Em regiões com invernos muito longos e escuros, por exemplo, a incidência de depressão pode aumentar. Também se sabe que certas células da retina, ligadas à percepção da variação entre luz e escuridão, podem mandar informações para as áreas do cérebro ligadas ao processamento de emoções.
Para determinar a relação entre a exposição à luz e a mudança de comportamento, um grupo de camundongos foi colocado em um esquema que alternava 3,5 horas de luz e o mesmo período de escuridão durante duas semanas, chamado de ciclo T7.
O grupo de controle foi mantido em regime de alternância de luz e escuridão de 12 horas, ou ciclo T24 -- equivalente a um ciclo natural de noite e dia.
Os camundongos que passaram pelo período encurtado de luz e escuridão não tiveram alterações no seu ciclo circadiano, ou relógio biológico, que regula funções fisiológicas como sono e fome.
Com isso, os cientistas podem afirmar que os sintomas apresentados pelos camundongos não estão ligados aos seus padrões de sono.
As descobertas do grupo de cientistas parecem estar ligadas às células da retina sensíveis à luz. Estimuladas pela exposição à luminosidade em horários anormais, elas produziram, nos camundongos, níveis elevados de um hormônio do grupo dos corticoides associado à depressão.
Além disso, os camundongos do grupo T7 também apresentaram dificuldades de aprendizado e memória semelhantes aos causados pela falta de sono.
Na fase seguinte do experimento, os camundongos deprimidos foram tratados com antidepressivos fluoxetina e desipramina, com resultados positivos.
As descobertas deste estudo, publicado na revista "Nature", abrem as portas para novas formas de detecção da depressão e suas causas e, com isso, possibilitam o surgimento de novos tratamentos para humanos, como os que sofrem mudanças emocionais devido a alterações de fuso horário ou de turnos no trabalho.
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