Olimpíada de matemática consegue verba, mas programas não avançam
Associated Press | ||
A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), ligada ao Ministério da Educação, vai liberar um orçamento adicional de R$ 4 milhões para a realização de programas relacionados à Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (Obmep). Apesar disso, o valor não permite a realização de todas as atividades inicialmente previstas.
A Obmep é a maior olimpíada acadêmica do Brasil, atingindo 18 milhões de alunos da educação básica, do 6º ano do ensino fundamental ao 3º ano do ensino médio.
Segundo o Impa (Instituto de Matemática Pura e Aplicada, localizado no Rio, onde a Obmep nasceu e encontra-se incubada), atividades como o Programa Iniciação Científica Júnior (PIC) e o Obmep na Escola estavam ameaçadas pelo baixo orçamento disponível –apenas R$ 2 milhões. O assunto foi abordado pela coluna de Elio Gaspari do último domingo (2).
De 2005 até 2015, os medalhistas da olimpíada eram convidados a participar do PIC, que consistia em aulas e atividades científicas com professores universitários, de modo que os alunos tivessem uma oportunidade de desenvolverem seu talento para a matemática e para ciências correlatas, como física, estatística e computação. Os alunos podiam ter também uma bolsa de R$ 100 mensais.
Em 2016, o programa teve de ser alterado porque a Capes não disponibilizou recursos para pagar as bolsas recebidas pelos professores universitários participantes.
A solução foi destinar recursos para alunos de licenciatura em matemática, que recebiam uma bolsa de R$ 400 para desenvolverem uma nova versão do PIC e ministrarem aulas aos mais jovens.
Em paralelo a isso, foi criado em 2016 um novo braço da Obmep, o Obmep na Escola, que consiste em um programa de aulas dadas por professores de colégios públicos a alunos interessados. Os docentes recebem treinamento e R$ 765 mensais para participar do programa e há um desempenho francamente superior dos alunos tutelados na olimpíada.
SUPLEMENTO
Com o montante total de R$ 6 milhões para o ano de 2017, as atividades poderão desenrolar da mesma maneira que se deram ano passado, mas isso foge um pouco do que seria o "plano A" do Impa.
A ideia seria voltar com o PIC original (alunos tutelados por professores universitários) e manter o Obmep na Escola, graças aos bons resultados obtidos.
Pelas contas da instituição, seriam necessários um total de R$ 10 milhões –dado o orçamento, suplementado na terça (4), ainda faltariam R$ 4 milhões, o que não é um valor tão elevado tendo em vista que já são gastos R$ 53 milhões só para a realização da olimpíada propriamente dita, que acontece em duas fases e premia 50 mil alunos.
Procurada pela reportagem para comentar o assunto desde a última segunda (3), a Capes não se manifestou até a conclusão da reportagem.
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