Museu nacional, carro no espaço e outros fatos que marcaram a ciência em 2018

Retrospectiva inclui também novo acelerador de partículas brasileiro e chinês que disse ter editado DNA de bebês

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São Paulo
Virou clichê dizer que 2018 não foi um ano fácil para ninguém, mas quem de fato pode afirmar isso com propriedade é a ciência. Afinal, ela perdeu, em março, o físico Stephen Hawking, seu porta-voz mais famoso, e sofreu sua maior tragédia no Brasil em setembro, com o incêndio do Museu Nacional, no Rio. Teve até furto da medalha Fields justamente na primeira vez em que o Brasil sediou o Congresso Internacional de Matemáticos, no Rio.
 
Para compensar as perdas, porém, vimos a inauguração do novo acelerador de partículas brasileiro, o Sirius, em Campinas (SP), o lançamento da Falcon Heavy em fevereiro, com direito a carro voando pelo espaço ao som de David Bowie, a detecção de moléculas orgânicas complexas em Marte, novas pesquisas que avançam nosso conhecimento sobre os neandertais e mulheres ganhando espaço num ambiente predominantemente masculino, com Prêmio Nobel e campanhas contra o assédio e a discriminação na academia.
 
Veja abaixo os principais destaques:
 

Incêndio no Museu Nacional do Rio

 Em novembro, o médico chinês Jiankui He anunciou que haviam nascido os primeiros bebês geneticamente modificados do mundo. A fala foi suficiente para causar um furor no mundo científico, mesmo sem provas do feito nem publicação do achado em uma revista científica até o momento.

He teria usado a técnica de edição genética conhecida como Crispr, que simplificou a maneira de alterar as informações contidas do DNA mas ainda considerada insegura por especialistas. O gene supostamente alterado está ligado à produção de uma proteína que determina uma espécie de imunidade natural ao HIV.

Os questionamentos éticos pairam sobre o suposto feito não só pelas inúmeras possibilidades que são abertas, como a criação de super-humanos, mas pelo fato de que os riscos corridos pelos bebês seriam desnecessários, já que há outras formas de se proteger contra a contaminação por HIV.

Falcon Heavy e Starman

 Em abril foi divulgado o primeiro pacote de dados do satélite europeu Gaia. Com um catálogo de mais de 1 bilhão de estrelas, ele representa o mais perto que já chegamos de montar um mapa 3D da nossa galáxia, a Via Láctea. Esses resultados serão fundamentais para todo tipo de pesquisa astrofísica daqui por diante; é o catálogo de objetos astronômicos mais sofisticado já produzido.

Caçadores de planetas e luas

Concepção artística do Tess em sua órbita alongada ao redor da Terra
Concepção artística do Tess em sua órbita alongada ao redor da Terra - Nasa

 O ano de 2018 trouxe o adeus ao satélite caçador de planetas Kepler, em outubro, e a chegada de seu sucessor, o Tess, lançado em abril. E uma descoberta particularmente intrigante, iniciada com o Kepler, foi corroborada com a ajuda do Hubble: a primeira exolua. Ela orbita um planeta maior que Júpiter e tem o tamanho de Netuno. Um mistério bizarro a ser mais investigado no ano que vem.

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