Museu Nacional ganha acervo virtual e visita online com auxílio do Google

Ministério da Educação destinará mais R$ 2,5 milhões para programas de pós-graduação na instituição

Júlia Barbon
Rio de Janeiro

Os visitantes que não puderam conhecer o Museu Nacional antes do incêndio que destruiu parte de seu acervo há cerca de três meses poderão circular virtualmente por suas principais salas e coleções a partir desta quinta-feira (13).

O museu ganhou uma visita guiada online e gratuita com imagens capturadas pela plataforma Google Street View antes da tragédia, além de fotos de 164 relíquias em alta resolução, distribuídas em sete exposições. O conteúdo está em português, inglês e espanhol.

A iniciativa é do Google, em colaboração com o Ministério da Educação e a UFRJ (Universidade Federal do RJ, responsável pela gestão do museu), por meio do acervo cultural Google Arts&Culture —acervo digital que reúne mais de 7.000 exposições em 1.500 instituições culturais por 70 países.

Além da visitação virtual, também foi anunciado que a Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) destinou R$ 2,5 milhões para a pós-graduação do Museu Nacional/UFRJ. Entre os programas que serão beneficiados pela quantia estão o de antropologia social, arqueologia, geociências, patrimônio geopaleontológico, zoologia, linguística e línguas indígenas.

O MEC (Ministério da Educação) também divulgou uma parceria com a Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura), no valor de RS 5 milhões, para pesquisas e projetos a reconstrução do museu.

Outros R$ 10 milhões para obras emergenciais já foram repassados do MEC para a UFRJ.

No início desta semana, também foi anunciada a doação do governo alemão de 190 mil euros (cerca de R$ 850 mil) para o Museu Nacional. O cônsul-geral da Alemanha também afirmou que o país pretende doar até 1 milhão de euros (cerca de RS 4,4 milhões) para o museu.

A instituição de pesquisa também conseguiu, junto ao Congresso, a inclusão de R$ 56 milhões no orçamento da União de 2019, valor que deverá ser usado para a reconstrução da infraestrutura do prédio destruído pelo incêndio de 2 de setembro.

Além dos valores recebidos, também foi oferecido ao Museu Nacional, nesta quarta (12), um acervo de mais de mil peças pertencentes ao Parque Nacional da Tijuca. Os itens do acervo em questão foram encontrados em ruínas de fazendas coloniais, dos séculos 18 e 19, que existiam dentro do parque carioca.

Após a oferta, Alexander Kellner, diretor do Museu Nacional, afirmou que em uma semana chegaram mais de 700 cartas oferecendo doações de acervos da China.

Kellner demonstrou interesse pelo acervo oferecido pelo Parque Nacional da Tijuca, mas ainda há necessidade de avaliação do que pode ou não realmente interessar para o Museu Nacional.

O acervo do museu contava com mais de 20 milhões de peças. Até o momento, já foram recuperados mais de 1.500 itens, entre eles o importante crânio e parte do fêmur de Luzia, possivelmente o fóssil humano mais antigos das Américas já descoberto.

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