Descrição de chapéu The New York Times

Estudo sugere por que algumas árvores vivem mais de mil anos

Pesquisa indica que árvore gingko cresce indefinidamente mesmo com idade avançada

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Nova York | The New York Times

O ginkgo é um fóssil vivo. É a espécie de árvore mais antiga que vive no planeta, relativamente inalterada, há cerca de 200 milhões de anos. Eles podem viver centenas de anos —às vezes mais de mil—, e sobreviveram a algumas das maiores catástrofes do mundo.

Qual é o segredo de sua longevidade, afinal?

Cientistas estão começando a encontrar respostas nos anéis e nos genes das árvores de ginkgo biloba na China.

"Nos humanos, à medida que envelhecemos, o sistema imunológico começa a não funcionar tão bem", disse Richard Dixon, biólogo da Universidade do Norte do Texas. Mas, de certa forma, "o delas, com mil anos, parece o de uma de 20".

Ele e seus colegas na China e nos Estados Unidos compararam as árvores jovens e velhas de ginkgo, com idades entre 15 e 1.300 anos, em um estudo publicado nesta semana na revista Proceedings of the National Academies of Science.

Eles descobriram, examinando a genética do câmbio vascular —uma camada ou cilindro de células vivas atrás de sua casca— que o ginkgo cresce indefinidamente mesmo com idade avançada.

Ginkgos no sudeste da China - Zhang Guojun/Xinhua

Isso porque os genes do câmbio não contêm nenhum programa de senescência, ou morte, de acordo com os pesquisadores. Assim, continuam seu programa para criar defesas mesmo após centenas de anos. As árvores antigas também produzem o mesmo número de sementes e têm folhas tão eficientes quanto as jovens.

Os cientistas acreditam que outros tipos de árvores podem ter um padrão semelhante de programação genética.

Mas, embora vivam muito, os ginkgos também envelhecem. As árvores crescem para cima e para fora: para cima, com uma região geradora de células chamada meristema apical, e para fora, com o câmbio vascular. Com o passar do tempo, o clima ou outros fatores danificam o meristema apical, limitando a altura. E, a cada ano, folhas morrem e caem.

O câmbio, no tronco da árvore, permanece intacto e ativo. A divisão celular tende a diminuir depois dos 200 anos, segundo os cientistas. Mas as células continuam viáveis —elas geram defesas e transportam água e nutrientes para que a árvore cresça e fique saudável.

Uma hora, contudo, até os ginkgos morrem. Por quê?

Essencialmente, árvores como o ginkgo podem viver para sempre, disse Peter Brown, biólogo da organização Rocky Mountain Tree Ring Research. 

"Sendo organismos modulares, todos os anos estão criando madeira nova, novas raízes, novas folhas, novos órgãos sexuais", afirmou. "Elas não são como um animal, como nós. Depois que nascemos, todas as nossas partes estão lá, e em determinado momento elas começam a falhar."

Mas essas árvores não morrem necessariamente de velhice, diz ele. Alguma coisa —como pragas, seca, construções— as mata primeiro.

Tradução de Luiz Roberto Mendes Gonçalves

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