Reportagem da Folha sobre matemática é premiada pelo Impa

Abordagem de ensino batizada de Mentalidades Matemáticas é objeto da reportagem de Gabriel Alves

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São Paulo

A reportagem da Folha "Abordagem faz desempenho em matemática de escola estadual decolar", de Gabriel Alves, foi premiada com o terceiro lugar no Prêmio Impa-SBM de Jornalismo 2020, premiação do Impa (Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada) e da SBM (Sociedade Brasileira de Matemática).

O resultado foi divulgado nesta quarta-feira (4). O primeiro lugar da premiação ficou com a reportagem “A Matemática foi descoberta ou inventada?”, feita por Bruno Almeida Vaiano, da Revista Superinteressante. A segunda colocação ficou com “Medalhistas da Olimpíada de Matemática temem futuro dos estudos com corte da bolsa”, de Murilo Nascimento Salviano Gomes e Mônica Reolom, do Fantástico, da TV Globo.

Uma abordagem de ensino batizada de Mentalidades Matemáticas é objeto da reportagem da Folha premiada, que foi até a Escola Estadual Henrique Dumont Villares, no bairro do Jaguaré, zona oeste de São Paulo, para presenciar o método em ação.

O método Mentalidades Matemáticas foi desenvolvido por Jo Boaler, professora da Universidade de Stanford, e consiste em instigar a investigação e colaboração entre os alunos. São eles os responsáveis por sugerir caminhos para resolver os problemas, expô-los aos colegas e tentar convencê-los.

Em meio a diversidade de argumentos e possibilidades de raciocínio, os erros perdem o estigma negativo e se tornam uma escada para o aprendizado e para chegar à solução. É o que Boaler chama de mentalidade de crescimento.

A abordagem começou a ser aplicada na escola há três anos. O desempenho da instituição no Saresp (Sistema de Avaliação de Rendimento Escolar do Estado de São Paulo) subiu em 2017 e 2018 (último para o qual há dados disponíveis).

Em 2016, apenas 16,7% dos alunos do terceiro ano do ensino fundamental tinham desempenho considerado avançado, em 2017 a metodologia passou a ser a aplicada e em 2018 o índice foi alcançado por 51% dos alunos.

A abordagem foi implementada em 2018 também no quarto e quinto ano. Os alunos do quinto ano também melhoraram: de 30,7% em 2017 para 42,8% de desempenho avançado em 2018.

Segundo a reportagem, não se trata de reinventar o ensino de matemática, mas apenas buscar maneiras mais efetivas de prender a atenção do aluno, reduzir a frustração e evitar que ele simplesmente desista.
Para Boaler, ninguém deveria dizer que “não é de exatas”, já que todo mundo tem seus próprios meios para lidar com números, formas, regras e padrões nas diversas atividades da vida.

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