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CNPq restabelece acesso total à plataforma Lattes após apagão

Em nota, órgão diz que sistema voltou a funcionar possibilitando a atualização dos currículos e do cadastro de novos usuários

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São Paulo

O acesso por completo da plataforma Lattes foi restabelecido após mais de duas semanas, segundo nota divulgada pelo CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), na noite deste sábado (7).

No documento, o órgão responsável disse que o sistema voltou a funcionar possibilitando a atualização dos currículos e do cadastro de novos usuários. A nota diz também que já havia restaurado o serviço, que permite, a mais de 300 instituições, a extração dos currículos dos pesquisadores.

Uma falha na área de tecnologia deixou o Lattes e a plataforma Carlos Chagas fora do ar desde o dia 23 de julho.

Os dois sistemas são de responsabilidade do CNPq, órgão ligado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações e responsável pelo fomento à pesquisa no país.

Segundo informação oficial, o apagão dos sistema foi provocado pela queima de um dispositivo num equipamento que tem a função de controlar os servidores onde as plataformas ficam hospedadas. Isso teria ocorrido durante a migração dos dados para um novo servidor.

Em email obtido pela Folha, um funcionário do CNPq relatou que o principal servidor do conselho fora atingido e que o equipamento estaria fora da garantia e sem contrato de manutenção. Isso impediria um reparo imediato e traria a necessidade de contratação de empresa externa, como de fato ocorreu.

Questionado pela Folha, o CNPq e o Ministério da Ciência não responderam sobre a operação estar sem garantia e manutenção.

O CNPq havia prometido restabelecer todo acesso no dia 2 de agosto, mas houve atrasos. No dia 3 de agosto, após dez dias de apagão, o governo Jair Bolsonaro restabeleceu o acesso parcial à plataforma. Na ocasião, não era possível fazer atualizações dos currículos, mas estava disponível a opção de impressão e download.

O Lattes é um banco de dados com todos os currículos de pesquisadores. Ações como a aprovação de bolsas dependem da consulta à plataforma. Já pela Carlos Chagas é que se operacionalizam chamadas públicas e editais de fomento à pesquisa, gestão e pagamento de bolsas.

Por causa do problema nas plataformas, os prazos para ações como a submissão de propostas, prestação de contas e de vigência das bolsas foram suspensos e prorrogados.

Com a queda dos sistemas, pesquisadores temiam a perda de informações, mas o CNPq garantiu que havia backup de todos os dados.

Cerca de 84 mil pesquisadores são financiados com recursos do CNPq. Além disso, outros órgãos, como a Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) e agências de fomento ligadas a governos estaduais, também realizam operações com auxílio da plataforma.

​Funcionários apontam a falha como reflexo da queda de orçamento pela qual vive o CNPq no governo Jair Bolsonaro (sem partido) e também na gestão passada, de Michel Temer (MDB), mas isso foi rechaçado pelo presidente do conselho, Evaldo Vilela.

O órgão tem em 2021 o menor orçamento ao menos desde 2012, mesmo em valores nominais. A dotação atualizada do órgão para o ano é de R$ 1,2 bilhão –entre 2013 e 2015, por exemplo, o orçamento executado superou os R$ 2 bilhões.

Os gastos com a administração da unidade, que não incluem pagamento de bolsas, foram nos dois primeiros anos do governo Bolsonaro os menores desde 2013.

O governo Bolsonaro tentou no início da gestão, em 2019, fundir o CNPq com a Capes, mas o tema não foi para frente.

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