Marcos Pontes diz que cortes na Ciência são equivocados e ilógicos

A pedido do Ministério da Economia, Congresso autorizou tesourada de R$ 600 milhões

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São Paulo

O ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marcos Pontes, voltou a reclamar neste domingo (10) do corte de recursos que seriam destinados para sua pasta. Nas redes sociais, ele diss e que "são equivocados e ilógicos”.

Na quinta-feira (7), o Congresso Nacional atendeu a um pedido feito pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, e aprovou projeto que retira R$ 600 milhões previstos exclusivamente para a Ciência e destinou o montante para uso em outras áreas.

Na sexta (8), Pontes disse ter sido pego de surpresa e afirmou que ficou muito chateado com a aprovação. Ele afirmou que chegou a pensar em deixar o governo, mas que já havia sido demovido da ideia.

Neste domingo, em sua conta no Twitter, o ministro cobrou que o corte seja revertido com urgência. A medida ainda depende da sanção do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

Em seu tuíte, ele afirma que os cortes representam “falta de consideração" e diz que afetam "o pequeno orçamento de Ciência do Brasil". Afirmou ainda que a medida é equivocada e ilógica.

O ministro também reclamou pelo fato de a tesourada ter sido aplicada "sem ouvir a comunidade científica".

O governo havia previsto abrir crédito suplementar de R$ 690 milhões para ser exclusivamente destinado ao MCTI. Na quinta, no entanto, ofício assinado pelo ministro Paulo Guedes Economia) informou que o recurso seria dividido com outros cinco ministérios.

Ministro Marcos Pontes participa da primeira Feira Brasileira do Nióbio, em Campinas
Ministro Marcos Pontes participa da primeira Feira Brasileira do Nióbio, em Campinas - Zanone Fraissat/Folhapress

Assim, dos R$ 690 milhões previstos inicialmente, o MCTI ficou com apenas R$ 89,8 milhões. Os recursos específicos para projetos de ciência e tecnologia, que seriam R$ 655,4 milhões, tiveram redução de quase 99% e caíram para R$ 7,2 milhões.

A produção de radiofármacos, que também fica sob a guarda do MCTI, receberia um reforço de R$ 34,5 milhões. Esse valor mais que dobrou e chegou a R$ 82,5 milhões.

Entidades científicas e acadêmicas alertaram que a medida prejudica a continuidade das pesquisas no país. Um dos efeitos mais imediatos é a possível suspensão do Edital Universal do CNPq, considerado um dos principais instrumentos de fomento à ciência brasileira, já que apoia pesquisas de todas as áreas e de todos os graus de complexidade, da iniciação científica ao pós-doutorado.

Sem nenhuma nova edição desde 2018, ele foi lançado neste ano com a previsão de receber recursos que viriam da suplementação.

Seu custo é estimado em R$ 250 milhões, sendo que R$ 200 milhões viriam da PLN. Sem eles, o CNPq teme não poder dar continuidade ao edital, que já concluiu a fase de inscrições e está na etapa de julgamento.

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