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Fósseis descobertos na África do Sul revivem mistério sobre ancestral do homem

O aparecimento de um crânio infantil colocou em dúvida algumas teorias sobre a evolução

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Maropeng, África do Sul | AFP

A descoberta dos fósseis de um crânio infantil em uma caverna na África do Sul, anunciado pelos pesquisadores nesta quinta-feira (4), trouxe à tona os enigmas que cercam esses antepassados distantes do homem, os Homo naledi, cujas primeiras provas de existência colocaram em dúvida algumas teorias sobre a evolução.

Em Maropeng, perto de Johannesburgo, foram encontrados 28 fragmentos de um pequeno crânio e seis dentes.

Durante anos, este rico sítio paleoantropológico, chamado de "Berço da Humanidade", repleto de cavernas e fósseis pré-humanos e declarado Patrimônio da Humanidade pela Unesco, tem sido um tesouro de informação para os paleontólogos.

Imagem em 3D de um crânio branco de cor branca, levemente virado para direita, em cima de um tecido preto, com um fundo de tecido preto atrás
Réplica do crânio de Luzia, fóssil mais antigo da América, em 3D - Raquel Cunha - 23.set.2018/Folhapress

Os restos foram encontrados em um lugar quase inacessível, ao final de corredores que, em alguns trechos, medem apenas 10 cm de largura. Contudo, para o Homo naledi, deslocar-se pela caverna era provavelmente mais fácil, de acordo com um dos cientistas que participaram da descoberta, porque eram indivíduos menores e, por isso, "melhores escaladores", disse Tebogo Makhubela à AFP.

"O verdadeiro mistério desta criatura é por que ela foi parar ali", declarou o paleontólogo Lee Berger, que dirigiu a pesquisa. "Algo surpreendente ocorreu nesta caverna há entre 200 e 300 mil anos".

Apesar de os cientistas se referirem ao fóssil infantil como se fosse feminino, ainda não foi possível determinar o seu sexo.

Os ossos de 15 indivíduos desta antiga espécie humana foram encontrados anteriormente em outro lugar do sítio em 2015. A espécie, conhecida como "estrela" em sesoto, uma língua local sul-africana, foi classificada como do gênero Homo, o mesmo ao qual pertencem os humanos modernos.

Sua análise havia revelado um hominídeo surpreendentemente pequeno, com traços tanto de espécies antigas, com cerca de 1 milhão de anos, como um cérebro diminuto, como outros muito mais recentes, como pés de um andarilho contemporâneo e mãos capazes de manejar ferramentas.

A descoberta poderia lançar luz sobre a transição, há cerca de 2 milhões de anos, do primitivo australopiteco para o primata do gênero Homo, o ancestral direto dos humanos. O estudo foi publicado na revista científica PaleoAnthropology.

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