Descrição de chapéu África

Pesquisadores dizem ter descoberto no Marrocos as joias mais antigas da humanidade

Grupo de paleontólogos apresentou colares e pulseiras feitos de pequenas conchas perfuradas

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Rabat (Marrocos) | AFP

O Marrocos anunciou nesta quinta-feira (18) a descoberta das "joias mais antigas da humanidade", que datam "entre 142 mil e 150 mil anos", perto do balneário de Essaouira (sudoeste).

Um grupo de paleontólogos apresentou vários colares e pulseiras feitos de pequenas conchas perfuradas, coloridas com ocre vermelho, encontrados há algumas semanas na caverna Bizmoune, perto de Essaouira.

Sobre uma superficie conchas estão despostas formando um colar. No canto inferior direiro, há uma palca dizendo: objeto de 150 mil anos
Conchas perfuradas que datam de 150 mil anos foram descobertas na caverna Bizmoune perto do balneário de Essaouira - AFP

"São as joias mais antigas da humanidade", disse o pesquisador marroquino Abdeljalil Bouzouggar, professor do Instituto Nacional de Arqueologia e Ciências do Patrimônio (INSAP).

A descoberta foi feita por uma equipe internacional formada pelo INSAP de Rabat, pela Universidade do Arizona (Tucson, EUA) e pelo Laboratório Mediterrâneo de Pré-história Europa África (CNRS e Universidade de Aix-Marseille, sul da França).

É uma "grande descoberta para o Marrocos e para a humanidade", afirmou o ministro da Cultura marroquino, Mohamed Mehdi Bensaid, que sublinhou que fornece informações sobre "as primeiras civilizações".

São "as mais antigas que se conhecem no mundo", explicou o pesquisador, destacando que as conchas também teriam servido como instrumento de comunicação.

"Foi a primeira vez que o ser humano usou seu corpo como meio, seja para se comunicar entre si ou com membros de outros grupos, mais ou menos distantes de seu local de origem", disse.

De acordo com Bouzouggar, os humanos em questão coletaram as conchas nas praias do litoral.

"Existem muitas espécies de conchas, mas foram procurar as mesmas espécies tanto aqui no Marrocos quanto na Argélia, em uma jazida que data de 35 mil anos, na África do Sul, em uma jazida de 75 mil anos, ou em Israel, em uma jazida de 135 mil anos", afirmou.

Em sua opinião, "significa que essas pessoas compartilharam algo umas com as outras. Talvez uma linguagem tenha surgido".

O pesquisador lembrou que "um dos Homo Sapiens mais antigos do mundo" foi identificado no Marrocos.

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