Astronautas usarão capacete especial para revelar como o cérebro funciona no espaço

Missão para observar efeito da microgravidade sobre o órgão durará dez dias e terá início no domingo (3), com quatro astronautas

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Steven Scheer
Tel Aviv | Reuters

A Brain.Space, uma startup de quatro anos de Israel que estuda dados sobre a atividade cerebral, deverá testar um capacete especial habilitado para eletroencefalograma (EEG) em três astronautas na próxima semana durante um voo da SpaceX até a Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês). A missão foi planejada pela empresa privada de voos espaciais Axiom Space.

A missão de dez dias, a primeira viagem privada à estação espacial, começará no domingo (3), com quatro astronautas.

"Na verdade, sabemos que o ambiente de microgravidade afeta os indicadores fisiológicos do corpo. Então, provavelmente afetará o cérebro e gostaríamos de monitorar isso", disse à agência Reuters o executivo-chefe da Brain.Space, Yair Levy.

Pessoa olha para frente com um grande capacete sobre a cabeça
Funcionário da empresa Brain.Space experimenta capacete que medirá efeito do espaço sobre o cérebro - 23.mar.2022 - Nir Elias/Reuters

Dados foram coletados no espaço continuamente sobre frequência cardíaca, resistência da pele, massa muscular e outros, mas ainda não sobre a atividade cerebral, disse ele.

A Brain.Space se junta a 30 experimentos que farão parte da chamada Missão Rakia à ISS.

Três dos quatro astronautas —incluindo o israelense Eytan Stibbe— usarão o capacete, que possui 460 aerógrafos conectados ao couro cabeludo, e realizarão várias tarefas durante 20 minutos por dia, cujos dados serão enviados para um laptop na estação espacial. As tarefas incluem uma "excentricidade visual" que a empresa diz ter sido eficaz na detecção de dinâmicas cerebrais anormais.

Estudos semelhantes usando essas tarefas foram concluídos na Terra e, após a missão, a Brain.Space vai comparar os dados do ISS para ver as diferenças na atividade cerebral entre a Terra e o espaço.

Ela observou que tais experimentos são necessários, pois a exploração espacial em longo prazo e "a vida fora do mundo estão bem próximas".

A Brain.Space, que também disse ter arrecadado US$ 8,5 milhões em uma rodada de financiamento inicial, se autodenomina uma empresa de infraestrutura cerebral e está trabalhando com o departamento de ciências cognitivas e cerebrais da Universidade Ben Gurion de Israel para transformar terabytes de dados em informações utilizáveis.

Levy disse esperar que a missão espacial seja um trampolim para outras instituições, pesquisadores e desenvolvedores de software usarem sua plataforma de dados cerebrais.

"O espaço é um acelerador. A ideia é revolucionar e possibilitar aplicativos, produtos e serviços de atividade cerebral tão fáceis quanto extrair dados de um Apple Watch", disse Levy, citando como exemplo a medição do transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH).

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