A SpaceX marcou para a próxima quinta (20) a nova tentativa de lançar o Starship, o foguete mais poderoso da história e que poderá ser utilizado em missões rumo à Lua e a Marte.
A nova janela de decolagem será aberta às 10h28, horário de Brasília, por pouco mais de uma hora, segundo a empresa. O lançamento ocorrerá na base espacial Starbase, em Boca Chica, Texas, nos Estados Unidos.
O primeiro voo de teste estava previsto para ser concretizado nesta segunda (17), porém acabou adiado no último minuto em razão de um problema de pressurização no estágio de propulsão, de acordo com informações da SpaceX.
No Twitter, o fundador da empresa, Elon Musk, afirmou que uma válvula de pressão parecia estar congelada.
No domingo (16), durante um evento, ele havia dito que é um voo muito arriscado. "É o primeiro lançamento de um foguete muito complexo e gigante", destacou.
"Há um milhão de maneiras que esse foguete pode falhar. Vamos ser muito cuidadosos e, se virmos algo que nos preocupa, vamos adiá-lo."
A Nasa, agência espacial americana, escolheu o Starship para levar astronautas à Lua no final de 2025, na Artemis 3 —será o primeiro retorno de seres humanos à superfície lunar desde o fim do programa Apollo, em 1972.
Com 120 metros de altura, o Starship pertence à categoria de lançadores superpesados, capazes de transportar uma carga maior que 100 toneladas em órbita. Sua potência de decolagem deve ser mais que o dobro do lendário Saturno V, de 111 metros, foguete do programa lunar Apollo.
O Starship consiste em uma cápsula reutilizável de cerca de 50 metros de altura, para transporte de equipe e carga, localizada sobre o propulsor em primeiro estágio Super Heavy, com cerca de 70 metros.
A nave e o propulsor Super Heavy nunca voaram juntos, no entanto, vários testes de voo suborbital da espaçonave já foram realizados.
O plano original prevê que o propulsor Super Heavy seja separado da nave três minutos após o lançamento para aterrissar no Golfo do México.
Com seis motores próprios, a aeronave continuará a uma altitude de cerca de 240 km, completando quase uma volta ao redor da Terra antes de mergulhar no Oceano Pacífico cerca de 90 minutos após o lançamento.
"Se chegar à órbita, será um grande sucesso", disse Musk no último domingo.
"Se nos afastarmos o suficiente da plataforma antes que algo dê errado, acho que posso dizer que foi um sucesso. Só não exploda a plataforma de lançamento", acrescentou.
"A carga útil desta missão é informação. Informação que permitirá melhorar o projeto de futuras construções da Starship."
'Civilização multiplanetária'
A SpaceX concluiu um teste de lançamento bem-sucedido de todos os 33 motores Raptor no primeiro estágio da Starship, em fevereiro.
A Nasa levará astronautas à órbita lunar em novembro de 2024 usando seu próprio foguete espacial, o Space Launch System (SLS), que está em desenvolvimento há mais de uma década.
O Starship é maior e mais potente que o SLS.
A SpaceX espera lançar uma nave estelar em órbita e reabastecê-la para que possa continuar sua jornada para Marte ou além.
Musk esclareceu que o objetivo é tornar a Starship reutilizável para reduzir o custo das missões para apenas alguns milhões de dólares por voo.
"Levando a longo prazo, não sei, dois ou três anos, teremos que obter uma reutilização completa e rápida."
Eventualmente, o objetivo é estabelecer bases na Lua e em Marte, e colocar a humanidade no "caminho de ser uma civilização multiplanetária", afirmou Musk.
"Estamos no breve momento da civilização em que é possível se tornar uma espécie multiplanetária. Esse é o nosso objetivo. Acho que temos uma chance"
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