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França prepara exames para detectar superbactéria
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DA FRANCE PRESSE, EM PARIS
A França começará a examinar pacientes para identificar a presença de bactérias com a mutação NDM-1, que dá a algumas bactérias resistência a quase todos os antibióticos e tem se espalhado pela rede de saúde, informou uma organização de avaliação médica nesta terça-feira (17).
Pacientes que foram tratados no exterior e transferidos para um hospital francês para tratamento complementar serão submetidos a exames para identificar a presença do germe, afirmou a organização.
"As autoridades médicas francesas vão anunciar, em breve, que todos os pacientes que foram hospitalizados no exterior, independentemente do país, e repatriados para um hospital francês, serão examinados para detecção de NDM-1", disse Patrice Nordmann, professor do Inserm (Instituto Nacional de Saúde e Pesquisa Médica), especialista em resistência a antibióticos.
Nordmann, consultor do Ministério da Saúde francês, disse que sua equipe já tinha desenvolvido um teste para detectar a NDM-1.
Ele afirmou que a França tem uma prática amplamente estabelecida de testar pacientes em tratamento intensivo para cepas resistentes a antibióticos. Os pacientes com a bactéria são, então, isolados para evitar que infectem os demais.
A superbactéria contém um gene enzimático denominado metalo-lactase 1 de Nova Délhi (NDM-1) que a torna impossível de tratar com quase todos os antibióticos, inclusive medicamentos conhecidos como carbapenemas, frequentemente usados como último recurso.
O alerta foi emitido na semana passada pela revista britânica "The Lancet Infectious Diseases". Segundo cientistas, eles já haviam identificado dezenas de casos entre britânicos que viajaram para o sul da Ásia para se submeter a tratamento médico.
Os chamados turistas sanitários correm o risco de contrair infecções e desta forma a superbactéria se espalharia, alertaram.
As entidades médicas indianas reagiram furiosamente ao estudo, acusando-o de tentar comprometer um negócio em rápida expansão.
Pacientes do mundo desenvolvido têm viajado para a Índia para realizar de cirurgias plásticas a tratamentos de fertilidade ou operações de peito aberto que, em alguns casos, custam quase a metade do que seria cobrado nos países ocidentais.
Na sexta-feira, autoridades de Bruxelas informaram que um homem belga se tornou a primeira vítima letal conhecida provocada pela bactéria portadora da mutação NDM-1.
O homem, que não teve sua identidade divulgada, tinha sido hospitalizado no Paquistão para tratar um ferimento na perna causado por um acidente de carro, e morreu após ser repatriado a um hospital na Bélgica.
A mutação NDM-1 foi detectada em bactérias Escherichia coli e Klebsiella pneumoniae.
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