Alexandra Forbes

Jornalista, escreve sobre gastronomia e vinhos há mais de 20 anos. É cofundadora do projeto social Refettorio Gastromotiva e autora de livros de receitas.

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Alexandra Forbes

Mocinhos e bandidos, também na gastronomia

Como pensar em comida com tantas notícias desoladoras? Foi na leitura gastronômicas que achei alento

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O desolador noticiário político e ambiental deste mês foi amenizado, ainda que ligeiramente, por animadores acontecimentos na gastronomia.

Incontáveis mortos soterrados sob a lama, em Minas, por negligência. Fortes suspeitas de que um filho do presidente está envolvido em falcatruas.

Desolador! Estarrecedor! Como pensar em comida com as notícias pairando como nuvem negra sobre nossas cabeças?

O brasileiro Luiz Filipe de Souza na competição do Bocuse d'Or
O brasileiro Luiz Filipe de Souza na competição do Bocuse d'Or - Jean-Philippe Ksiazek/AFP

Pois foi justamente mergulhando na leitura das novidades gastronômicas que achei algum alento.

Alegrou-me saber que a alagoana Giovanna Grossi liderou, com brilho, a equipe de cozinheiros e confeiteiros no Bocuse d’Or, considerado a Olimpíada da gastronomia, que encerrou-se na última quarta (30) em Lyon.

De 63 países, só 24 classificaram-se para as finais. O Brasil conseguiu (representado por Luiz Filipe Souza, do Evvai, e pela pâtissière Letícia Cruz, do Sofitel Ipanema, jovem negra de Bangu), mesmo com um orçamento mil vezes menor do que países como a França.

A competição está inserida dentro de uma feira de negócios gigantesca chamada Sirha.

Três mil expositores e 208 mil visitantes! Pelo menos lá, estamos fazendo bonito, graças à Apex (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos).

Eles bancaram um estande de 72 metros quadrados, em que foram expostos purês e polpas de frutas amazônicas, cachaças artesanais e muito mais.

Os chefs Thomas Troisgros (RJ) e Onildo Rocha (PB) prepararam tapiocas para o público —o paulistano Ivan Ralston, do restaurante Tuju, foi outro chef que cozinhou ali.

Também festejei o anúncio, no fórum Fru.to, que aconteceu há dias em São Paulo, do lançamento do selo Origens Brasil, um código QR em embalagens que certifica e rastreia produtos da Amazônia.

Bela iniciativa da ONG Imaflora, que deverá ajudar a promover esses produtos “do bem”.

Como bem diz a chef Bela Gil: “A alimentação é uma ferramenta de transformação política, econômica, social, ambiental e cultural”.

Não faltaram exemplos, nesse janeirus horribilis, de pessoas e ONGs trabalhando duro por um Brasil melhor, usando a comida como ferramenta.

Vide a Gastromotiva, que lançou no Fórum de Davos o movimento Social Gastronomy e preparou pratos com ingredientes excedentes. Resta torcer, como no cinema, para que os mocinhos ganhem dos bandidos.

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