Quem sabe inspirados pela proximidade do Carnaval, políticos fluminenses estão articulando a criação de um "blocão" para concorrer às eleições. Ou um "chapão", de acordo com a jornalista Berenice Seara, que revelou a manobra que reúne seis partidos: DEM, MDB, PSDB, PP, SDD e PR.
O MDB, para quem não ainda não ligou o novo nome às pessoas, é o mesmo PMDB que manda as cartas no Estado e até recentemente no município por mais de 20 anos, com os resultados óbvios que estão aí. Dois de seus caciques caíram em desgraça e estão presos: o ex-governador Sérgio Cabral e o ex-presidente da Assembleia Legislativa Jorge Picciani. Restou o inacreditável, em seu despreparo e imobilidade, governador Luiz Fernando Pezão.
Num primeiro momento, a coligação estuda a indicação como candidato a governador de Cesar Maia (DEM), que deixa o ostracismo por influência do filho, Rodrigo Maia, atual presidente da Câmara dos Deputados e aliado de Michel Temer. O velho Maia foi aquele que, em três mandatos como prefeito, levou o IPTU às alturas, inventou um festival de "factoides" para sua própria diversão, vestia casaco na praia sob o sol de mais de 40 graus e entrava em açougues para pedir casquinhas de sorvete.
Outro candidato possível é Eduardo Paes, que continua no MDB, mas não sossega até mudar de partido. Ele está na mira da Lava Jato e tudo irá depender de como vão se desenrolar as investigações. Até agora, deram na prisão de Alexandre Pinto, o secretário municipal de Obras durante os preparativos para a Copa do Mundo e a Olimpíada. Caso a situação se complique, Paes —que começou a carreira como prefeitinho da Barra da Tijuca pelas mãos de Cesar Maia — seria candidato ao Senado.
Parece jogo de bafo-bafo. O álbum de figurinhas políticas do Rio exibe sempre aqueles exemplares repetidos e defeituosos.
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