Quanta abnegação e espírito público. Naquele que é provavelmente o pior momento da história recente do Rio —caos econômico e administrativo, profunda crise moral, soberania reduzida enquanto durar a intervenção militar—, a lista de candidatos ao governo do estado não para de crescer.
Na disputa estão nomes manjados —o ex-prefeito Cesar Maia (DEM), o ex-governador Garotinho (PR), o senador Romário (Podemos), o deputado Miro Teixeira (Rede), o ex-secretário de Urbanismo Índio da Costa (PSD)— e alguns outsiders: o medalhista olímpico Bernardinho (Novo) e o diplomata Celso Amorim, raro quadro do PT sem envolvimento em casos de corrupção. No partido de Lula ainda há um plano B: a filósofa Marcia Tiburi (a sigla tem se especializado em planos B ou C ou D ou E).
E o MDB? Só tirar o P foi pouco. Mesmo que mudasse o nome inteiro, ninguém aposta no partido que está no poder há 20 anos, com os resultados (e as prisões) que todos conhecemos. Muito menos o político fluminense de maior evidência na atualidade: Eduardo Paes, prefeito da capital na época da Copa do Mundo e da Olimpíada, que estuda propostas de filiação ao PSDB e ao PP. Trocar de partido não será problema. Ele é useiro e vezeiro na prática: já mudou cinco vezes.
Contra o antigo confrade de Lula, Cabral e Pezão, existe uma decisão do TRE que o tornou inelegível por oito anos por abuso de poder na eleição de 2016. Ele não parece preocupado. O mesmo não se pode dizer quanto à Lava Jato. Um desdobramento das investigações da PF prendeu Alexandre Pinto, ex-secretário de Obras na gestão Paes.
O melhor cabo eleitoral do ex é o atual prefeito. Se Paes não cumpriu a promessa de climatizar a frota de ônibus, Marcelo Crivella reinventou o “frescão”, ao optar pela cobrança de valores mais altos para veículos com ar-condicionado.
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