Alvaro Costa e Silva

Jornalista, atuou como repórter e editor. É autor de "Dicionário Amoroso do Rio de Janeiro".

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Alvaro Costa e Silva
Descrição de chapéu Eleições 2018

Nova dinastia

Filhos de chefes políticos não se elegeram, mas surgiram novos apadrinhados

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Danielle Cunha, filha do ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha
Danielle Cunha, filha do ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha - Pedro Ladeira - 28.mai.15/Folhapress

A onda —ou tsunami, maremoto, terremoto, tufão, ciclone, furação, tornado, meteoro, como preferir— varreu a herança. Eduardo Cunha, Sérgio Cabral e Jorge Picciani, caciques do MDB presos por envolvimento em esquemas de corrupção, não conseguiram eleger os filhos para a Câmara dos Deputados

Mesmo lembrando a atuação do pai no impeachment de Dilma e tendo declarado voto em Bolsonaro, Danielle Cunha não convenceu nem os evangélicos. Candidatos à reeleição, Leonardo Picciani, ex-ministro do Esporte, e Marco Antônio Cabral, primogênito do ex-governador cujas condenações ultrapassam 170 anos, fracassaram nas urnas.

De lambuja, a derrota atingiu Cristiane Brasil (PTB), filha de Roberto Jefferson e quase ministra do Trabalho, e Marcelo Hodge Crivella (PRB), apesar de todo o apoio do paizão prefeito, que pôs a máquina municipal para trabalhar na eleição do rebento. Políticos que pensávamos já terem se aposentado foram reprovados: Cidinha Campos (PDT), brizolista histórica, e Átila Nunes (MDB), conhecido por sua ligação com a umbanda.

Alguma coisa escapa aos desastres naturais. O repórter Gabriel Barreira fez o que quase ninguém faz depois de votar: leu a lista inteira dos eleitos. Descobriu que dançaram os filhos, não os afilhados. Max Lemos (MDB), ex-prefeito de Queimados e próximo à família Picciani, entrou para a Assembleia Legislativa. Assim como Franciane Motta (MDB), esposa de Paulo Melo, capturado na Lava Jato. Pedro Brazão (PR) —cunhado de Domingos Brazão, conselheiro do TCE investigado na operação Quinto de Ouro— conseguiu vaga no Parlamento fluminense. 

Mas nada é tão incrível quanto a nova dinastia. Campeão dos números para deputado federal, o subtenente do Exército Helio Lopes, que é negro, deu um golpe de mestre: concorreu com o nome de Helio Bolsonaro (PSL). Recebeu 345.234 votos. Antes ele tentara três vezes em vão.

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